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Itália se recupera do grande apagão

Por Agencia Estado
Atualização:

O fornecimento de energia elétrica foi completamente restabelecido em toda a Itália, mas o grande apagão de domingo que deixou 57 milhões de italianos às escuras acaba de provocar no Parlamento uma guerra de palavras ou, como definem analistas, um novo curto-circuito nas relações governo- oposição. A bancada conservadora do primeiro-ministro Sílvio Berlusconi está atribuindo o blecaute à política energética do governo anterior de centro-esquerda. Segundo deputados direitistas, o ex-primeiro-ministro esquerdista Massimo D´Alema contribuiu de forma decisiva para o déficit de eletricidade ao rejeitar o uso da energia nuclear. A Itália é o país europeu que mais importa eletricidade (da França e da Suíça): 16% do que consome. O governo Berlusconi lembra também que a oposição vem bloqueando sistematicamente projeto para construção de 16 centrais termoelétricas. A oposição se defende destacando que nada mudou nas últimas décadas, com exceção da liberalização, privatização e desregulamentação do setor. E lembra que o apagão de domingo é o primeiro que o país sofre. Nessa troca de acusações, faltam elementos de peso, como a causa exata do apagão na madrugada de domingo, quando o consumo representava apenas 30% do habitual. Cerca de 80% das centrais elétrica do país estavam desativadas por medida de economia. Sabe-se com certeza apenas uma coisa: um temporal derrubou uma árvore em cima de uma linha de transmissão na Suíça. Mas os técnicos acham que isso não seria suficiente para uma resposta em cadeia capaz de deixar todo o território italiano sem luz, com exceção da Sardenha. Tanto as autoridades francesas quanto as suíças reiteraram que "faltou capacidade de reação rápida às autoridades italianas, responsáveis pelo setor". Berlusconi nomeou uma comissão especial para esclarecer o problema. E a Promotoria de Roma abriu uma investigação para determinar eventuais danos causados à população. Entidades civis estimam em 300 milhões de euros os prejuízos das famílias, enquanto a associação nacional de comerciantes calcula que seus sócios perderam pelo menos 120 milhões de euros.

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