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Itamaraty ainda vê acordo sobre programa iraniano

Por Denise Chrispim Marin
Atualização:

O Itamaraty reforçou hoje sua posição em favor do diálogo entre o Irã e o P5+1 (Estados Unidos, França, Reino Unido, China, Rússia e Alemanha) sobre o acordo de troca do estoque iraniano de urânio enriquecido a 3,5% por combustível nuclear. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, manteve contato na semana passada com o secretário de Estado da França para Assuntos Europeus, Pierre Lellouche, em Paris. Apesar da posição mais dura da França sobre o Irã, Amorim não chegou a ouvir de seus interlocutores franceses que não há mais espaço para o acordo."Considero que não estão esgotadas as possibilidades de se alcançar uma posição comum entre o Irã e o P5+1, nos moldes do acordo de troca de urânio com baixo teor de enriquecimento por combustível para o reator de Teerã", afirmou Amorim, por meio de sua assessoria de imprensa.A posição de Amorim indica que o Brasil não se manifestará a favor de novas sanções ao Irã no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Na sua edição de hoje, o jornal francês ''Le Monde'' sinalizou que essa postura deverá gerar atrito com a França, que pretende colocar uma resolução nesse sentido em votação enquanto preside o Conselho do Segurança, neste mês. Para tanto, o governo francês espera obter um recuo na atual posição da China - do voto contrário às sanções ao Irã para a abstenção.Nos cálculos da França, segundo o jornal, seria necessária a unanimidade do restante do Conselho em favor das sanções. Pelas regras em vigor, bastaria a aprovação de 2/3 dos membros, sem nenhum veto, para a resolução ser aprovada. Além do Brasil, a Turquia se alinha em favor da continuidade das negociações do acordo. A Nigéria, país de maioria muçulmana, e o Líbano dificilmente votariam em favor das sanções ao Irã. Todos os quatro emergentes são membros não-permanentes do Conselho.

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