Brasil diz que respeita decisão da população colombiana com relação ao acordo de paz

Em nota, governo brasileiro diz que reafirma 'disposição de colaborar intensamente com a Colômbia e seu povo nesse esforço pela paz'

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Por Lu Aiko Otta
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente Michel Temer e o ministro das Relações Exteriores, José Serra, afirmaram em nota nesta segunda-feria que o governo brasileiro respeita a vontade da maioria do povo colombiano, que rejeitou em plebiscito o acordo de paz entre o governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

“Nesse sentido, encorajamos o governo, as Farc e todas as forças políticas da Colômbia a prosseguirem na busca de uma solução pacífica para esse conflito de meio século que tanto sofrimento causou ao povo colombiano”, diz o comunicado. “Reafirmamos a nossa disposição de colaborar intensamente com a Colômbia e seu povo nesse esforço pela paz.”

Capas dos jornais colombianos anunciam resultado do plebiscito.Segundo analistas ouvidos pela imprensa colombiana, a decisão popular seráo maior desafio de Santos como estadista. O presidente havia adiantado que, em caso de derrota na votação, os acordos negociados por seis anos -sendo dois em segredo -ficariam sem valor e a guerra continuaria, não havendo renegociação Foto: AFP PHOTO

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Os colombianos reprovaram no domingo o acordo por 50,24% dos votos (6.400.516) contra 49,75% (6.338.473), que optaram pelo "sim". Agora o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, tem, segundo analistas ouvidos pela imprensa colombiana, seu maior desafio como estadista. Ele havia adiantado que, em caso de derrota na votação, os acordos negociados por seis anos - sendo dois em segredo - ficariam sem valor e a guerra continuaria, não havendo renegociação.

Analistas afirmam que uma possível renegociação depende agora da guerrilha e não do governo porque é preciso ver até que ponto as Farc estarão dispostas a renegociar as condições acertadas desde 2012, principalmente nos pontos sobre anistia e justiça. Após a divulgação dos resultados, o chefe negociador das Farc, Luciano Marín Arango, conhecido como Iván Márquez, afirmou que a guerrilha vai se reunir para decidir qual será o próximo passo e então um pronunciamento será feito.

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