Jacqueline Kennedy pensou em suicídio. Revelações de um padre

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Por Agencia Estado
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Para os Estados Unidos enlutados, Jacqueline Kennedy foi estóica depois do assassinato de seu marido, o presidente John F. Kennedy, há 40 anos este mês. Mas, entre jogos de tênis com um padre que a aconselhava, ela revelou seus sentimentos, incluindo pensamentos de suicídio. Ela se perguntava se Deus a separaria dele, se ela se matasse. Jacqueline torturava-se sobre a existência de uma vida eterna e sugeria que seus filhos pequenos ficariam melhor sem ela, criados pelo irmão do presidente, Robert, e sua mulher, Ethel. ?Não sou boa para eles?, disse ao padre Richard McSorley, enquanto jogavam na quadra da casa de Robert, Hickory Hill. ?Estou sangrando por dentro.? McSorley, um padre jesuíta e teólogo da Universidade de Georgetown, que morreu o ano passado, aconselhava-a a não se deixar vencer pela dor. A confortar-se com os ensinamentos católicos sobre a ressurreição e a vida eterna. O padre mantinha um diário datilografado, incluindo suas anotação sobre as conversas privadas com a sra. Kennedy, que está entre os documentos que deixou para a livraria da universidade. Os documentos tornaram-se disponíveis ao público esta semana e as lembranças das conversas com Jacqueline são parte de um novo livro sobre a família Kennedy, do repórter do jornal Newsday, Thomas Maier. Jacquline disse a McSorley, em junho de 1964, que ?jamais se recuperaria? da perda. Mas contou que a mudança para Nova York, com a filha Caroline e o filho John Jr., ?será boa para mim e me impedirá de ficar pensando sobre isso?. ?Não sei como Deus pôde levá-lo?, McSorley lembrou-se de ela dizer-lhe durante uma partida de tênis, em abril de 1964, seis meses depois do assassinato. As lições de tênis, arranjadas por Robert Kennedy, eram apenas o pano de fundo para suas revelações de como se sentia só e de como não acreditava que pudesse casar-se outra vez. Jacqueline só iria casar-se com o armador grego Aristoteles Onassis em 1968. McSorley também contou a descrição que ela fez daquele dia, em novembro de 1963, quando John Kennedy foi morto a tiros em Dallas. ?Eu não percebi que ele foi ferido pela primeira bala. Sua cabeça estava virada para o outro lado. Quando olhei para ele, ele já tinha sido atingido uma segunda vez. Se eu pelo menos tivesse tido um minuto para dizer adeus. O que é duro não é dizer adeus, é não poder dizer adeus.?

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