Japão amplia sanções à Coréia do Norte por seis meses

Veto de Tóquio se estende a navios, cidadãos e produtos norte-coreanos

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Por Agencia Estado
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O governo do Japão decidiu nesta terça-feira, 10, prolongar por seis meses as sanções econômicas fixadas em outubro contra a Coréia do Norte, depois de Pyongyang realizar seu primeiro teste nuclear. As sanções proíbem os navios com bandeira da Coréia do Norte de atracar em portos japoneses, assim como a entrada de cidadãos norte-coreanos no Japão e a importação de qualquer tipo de produto desse país, segundo a agência de notícias Kyodo. O porta-voz do Executivo japonês, Yasuhisa Shiozaki, afirmou que "o governo considera necessário continuar com essas medidas, após avaliar a situação com a Coréia do Norte, o que inclui o problema nuclear". "Pelo menos até agora, não vimos a Coréia do Norte tratar de forma honesta o assunto dos seqüestros", disse o chanceler japonês, Taro Aso. O seqüestro de japoneses por parte do regime norte-coreano durante as décadas de 70 e 80 continua sendo um grande obstáculo nas relações entre os dois países. O Japão foi o primeiro país a tomar medidas unilaterais contra Pyongyang para punir o regime de Kim Jong-il pelo desenvolvimento de armamento nuclear e os testes realizados em julho. Sanções As sanções japonesas à Coréia do Norte são baseadas em uma normativa que permite a proibição da entrada de determinados navios em portos japoneses e a lei de comércio e intercâmbio monetário, revisada em 2004 para permitir a imposição de sanções próprias. Em outubro, as autoridades norte-coreanas informaram que esse tipo de ação seria considerado como uma declaração de guerra. A renovação das sanções de Tóquio contra Pyongyang chega em um momento no qual as negociações para a desnuclearização da Coréia do Norte atravessam uma situação delicada. No próximo sábado acaba o prazo de 60 dias estipulado em fevereiro em Pequim, durante as conversas de seis lados, para que o regime norte-coreano feche seu reator de Yongbyon e permita a entrada ao país dos inspetores da ONU para visitar suas instalações nucleares. Segundo informou na segunda-feira, 9, a cadeia pública japonesa NHK, as autoridades norte-coreanas afirmaram que será difícil que isso aconteça dentro da data prevista. Liberação dos fundos A Coréia do Norte se negou a avançar no processo antes da permissão de acesso aos fundos de US$ 25 milhões que o governo da Coréia do Norte depositou no Banco Delta Asia de Macau e que foram bloqueados pelos EUA. Pyongyang continua sem ter acesso a estas contas, apesar do sinal verde americano, por culpa de alguns "problemas técnicos". O negociador dos Estados Unidos para a Coréia do Norte, Christopher Hill, mostrou-se confiante na segunda-feira em Tóquio e espera que "nos próximos dias" seja encontrada uma solução para transferir esse dinheiro ao regime norte-coreano.

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