19 de março de 2011 | 23h39
Técnicos japoneses conseguiram resfriar os reatores número 5 e 6 da usina nuclear de Fukushima Daiichi após restaurar o fornecimento de energia nos edifícios que abrigam os reatores. Engenheiros e forças de defesa continuam a operação para resfriar os reatores da usina e evitar maiores vazamentos de material radioativo. A usina Daiichi foi danificada pelo pelo terremoto e tsunami que atingiram o país em 11 de março.
Veja também:
Twitter: Siga a correspondente Cláudia Trevisan, que está no Japão
Infográfico: Entenda o terremoto e maiores tragédias dos últimos 50 anos
Especial: A crise nuclear japonesa
Relatos: envie textos, vídeos e fotos para portal@grupoestado.com.br
Território Eldorado: Ouça relato do embaixador e de brasileiros no Japão
Galeria de fotos: Tremor e tsunami causam destruição
Arquivo Estado: Terremoto devastou Kobe em 1995
Segundo a agência de notícias Kyodo News, a temperatura da água dos reservatórios de combustível dos reatores 5 e 6 caiu depois que um gerador de energia recém-conectado aos cabos de força conseguiu reativar o sistema de resfriamento neste sábado.
A companhia que opera a usina, Tokyo Electric Company (Tepco), disse que deverá restaurar a energia elétrica nos reatores 1 e 2 da usina até domingo.
Em comunicado, a Agência Internacional de Energia Atômica da ONU (AIEA) advertiu que, mesmo que se consiga reativar o fornecimento de energia nos dois reatores, ainda não se sabe se as bombas de água que resfriam os reservatórios de combustível funcionarão, ou se foram permanentemente danificadas.
O diretor geral da AIEA, Yukio Amano, deixou o país neste sábado rumo a Viena, após ter reuniões com líderes do governo e com oficiais da Tokyo Electric Company (Tepco), empresa que opera a usina Daiichi.
Resfriamento com água
Os bombeiros também terminaram nesta madrugada (hora local do Japão) a operação de resfriamento do reator número 3 da usina.
Eles passaram 13 horas despejando água no reservatório de combustível nuclear do reator com uma mangueira, até conseguirem baixar sua temperatura.
De acordo com a Kyodo, uma operação semelhante já começou a ser realizada no reator número 4.
O tsunami que atingiu a província de Fukushima, que fica 220 quilômetros à nordeste de Tóquio, causou uma pane nos sistemas de resfriamento dos reatores.
Enquanto os técnicos lutavam para impedir o superaquecimento das estruturas, quatro reatores sofreram explosões provocadas pelo acúmulo de hidrogênio.
O aquecimento e evaporação da água do reservatório onde ficam as barras de combustível nuclear dos reatores provocou o vazamento de material radioativo, causando pânico na população.
Radiação
Neste sábado, o governo japonês informou que na última quinta-feira foram detectados níveis de iodo radioativo mais altos do que o permitido pela legislação japonesa na água encanada de uma cidade na Província de Fukushima.
Em outras cidades da região, encontrou-se níveis altos de iodo radioativo também no leite e em alguns vegetais, aumentando a preocupação do governo com a contaminação, segundo a Kyodo.
De acordo com a AIEA, o Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-estar do Japão proibiu a venda dos produtos e está realizando mais testes.
Pequenas quantidades da substância radioativa foram encontradas também na água de Tóquio e na maioria das Províncias vizinhas de Fukushima, informou o governo.
O Ministério da Saúde advertiu os governos locais de que, se a quantidade de materiais radioativos na água aumentasse, a população deveria evitar beber água da torneira.
No entanto, segundo a Kyodo, o Ministério afirmou que, até o momento, o uso normal da água encanada não oferece risco à saúde.
O terremoto de magnitude 9,0 seguido de tsunami causou devastação no Japão e mergulhou o país em uma crise nuclear e humanitária.
O número de mortos em conseqüência da catástrofe chega a 7,6 mil, segundo a polícia japonesa.
Cerca de 360 mil pessoas que abandonaram suas casas se juntam a outros 26 mil sobreviventes resgatados dos destroços do tsunami.
BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.