Japão estuda plano para limitar residentes estrangeiros no país

País discute meios de aumentar a força de trabalho, enquanto população japonesa teme que admitir mais estrangeiros possa causar aumento da criminalidade

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Um comitê do Ministério de Justiça do governo japonês propôs a limitação de residentes estrangeiros a 3% da população do país. A medida foi recomendada depois de uma discussão com outros ministérios, informou a porta-voz do Gabinete de Imigração, Chiho Nakai. O Japão mantém a maior parte de suas fronteiras fechadas para imigrantes e refugiados, apesar da demanda por novos trabalhadores, gerada pelo envelhecimento da população. Segundo dados do Ministério, no final de 2005, os residentes estrangeiros correspondiam a 1,2% da população japonesa, de 127 milhões de pessoas. Cerca de 270 mil brasileiros vivem no país atualmente. Funcionários do ministério acreditam que o aumento do limite para residentes estrangeiros seja necessário para manter a segurança pública no Japão, segundo Nakai. Não foi revelado como o Ministério do Exterior chegou ao índice de 3%. A Agência Nacional de Polícia do Japão informou em fevereiro que os crimes cometidos por estrangeiros aumentaram em 16% no ano passado, com um número recorde de 47.124 casos. Os estrangeiros correspondem a 2,3% de todas as prisões apesar de serem apenas 1,6% da população total. Contudo, grupos de defesa dos direitos humanos argumentam que estes números não são precisos pois a porcentagem total de estrangeiros no Japão é bem maior, se forem considerados os imigrantes ilegais. Eles também dizem que as preocupações sobre os crimes cometidos por estrangeiros são exageradas pois a maior parte das acusações são de violações de vistos. O Comitê pretende ainda implementar critérios mais rígidos para aceitar imigrantes no país. Fatores como o domínio do japonês e a comprovação de que podem se manter financeiramente serão avaliados. O vice-ministro da Justiça, Taro Kono, que lidera o comitê, não estava disponível para comentar as afirmações nesta quarta-feira, segundo informações de seu gabinete.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.