Japão queimará escombros deixados pelo desastre para produzir energia

Objetivo é compensar déficit energético esperado para os quentes e úmidos meses de julho, agosto e setembro, quando o consumo de ar-condicionado aumenta

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Por Efe
Atualização:

TÓQUIO - O Ministério da Agricultura do Japão planeja utilizar a madeira dos escombros deixados pelo terremoto e o posterior tsunami de 11 de março para gerar eletricidade, informou nesta terça-feira, 19, a emissora de televisão japonesa NHK.

 

O objetivo é compensar o déficit energético esperado para os quentes e úmidos meses de julho, agosto e setembro, quando o consumo de ar-condicionado dispara.

 

Pelos cálculos do ministério, o desastre deixou quase dois milhões de toneladas de escombros de madeira capazes de produzir cerca de 200 mil quilowatts de energia.

 

Seis usinas de geração elétrica da região de Tóquio e do norte do país demonstraram interesse em transformar os escombros em material próprio para queimar.

 

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O orçamento para a reconstrução que o governo apresentará no fim deste mês no Parlamento (Dieta) inclui 2,5 milhões de euros para a compra de máquinas capazes de retirar os escombros.

 

Tóquio e seus arredores já sofreram cortes de eletricidade nos dias posteriores ao desastre que afetou a central de Fukushima Daiichi, operada pela Tokyo Electric Power Company (Tepco), e que também interrompeu as atividades em outras três usinas nucleares.

 

O governo estimou um déficit máximo de 15 milhões de quilowatts em regiões abastecidas pela Tepco se o verão deste ano for tão quente quanto o do ano passado.

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Para atenuar o déficit, o governo japonês lançou no início deste mês um plano para limitar, no horário de pico durante o verão, o consumo de grandes e pequenos usuários em 25% e entre 15% e 20%, respectivamente.

 

Agora, a Administração estuda a revisão do planejamento, já que na última sexta-feira a Tepco melhorou suas previsões de produção.

 

Além disso, a agência Kyodo informou que o governo do Kuwait decidiu doar ao Japão cinco milhões de barris de petróleo, avaliados em 45 bilhões de ienes (383 milhões de euros).

 

O Japão, energeticamente muito dependente do exterior, importa quatro milhões de barris de petróleo por dia.

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