Japão realiza Parada do Orgulho Gay pela primeira vez em três anos

Evento ficou paralisado por não conseguir adeptos suficientes; país é altamente preconceituoso

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Por Reuters
Atualização:

 

TÓQUIO- A comunidade gay do Japão realizou neste sábado, 14, seu primeiro desfile em três anos, e fez campanha pela tolerância em um país conservador, onde ser abertamente homossexual ainda é tabu.

 

Segundo a polícia, cerca de 4.000 pessoas participaram do sétimo desfile do Orgulho Gay de Tóquio, a maior manifestação do tipo no Japão, país tradicional e orientado à família.

 

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A parada ficou sem ser realizada por três anos porque os organizadores não encontravam voluntários suficientes para participar do evento, porque muitos japoneses homossexuais escondem que são gays.

 

No país asiático, os homossexuais são proibidos de doar sangue e casais do mesmo sexo não têm direito à união civil. Alguns japoneses gays e lésbicas se casam com uma pessoa do sexo oposto para evitar a discriminação.

 

 

Hideki Sunagawa, organizador da parada, afirmou que assumir a homossexualidade no local de trabalho é quase impossível e que o desfile de Tóquio é uma oportunidade rara para que as pessoas possam se mostrar como são realmente.

 

"Estamos desesperados para nos mobilizar e mostrar às pessoas que ser homossexual é normal", disse Sunagawa à Reuters. "Neste ano, atraímos grandes patrocinadores internacionais pela primeira vez", acrescentou.

 

A parada evoluiu de uma manifestação local organizada pela primeira vez há dez anos até um evento massivo que envolve parlamentares, ativistas de ONGs e celebridades do país.

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Vários eventos paralelos são realizados durante a marcha, como na cidade de Shinjuku, que abriga 250 bares gay.

 

 

O Japão não tem leis contra a homossexualidade, mas existem poucos políticos abertamente gays e, assim, os partidos expressam pouco apoio aos direitos civis da comunidade.

 

Mesmo que o número de participantes da parada tenha aumentado, trata-se de uma pequena quantidade de pessoas para uma cidade de 12,8 milhões de habitantes.

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