TÓQUIO - O Japão executou dois prisioneiros nesta quarta-feira, 28, e realizou as primeiras execuções desde que o Partido Democrático Japonês (PDJ) assumiu o poder no ano passado. Os dois prisioneiros, condenados por assassinatos, foram enforcados no Centro de Detenção de Tóquio.
A ministra da Justiça, Keiko Chiba, que se opõe à pena de morte, esteve presente nas execuções e anunciou a criação de um grupo para rever a prática no país, onde as pesquisas um grande apoio da população à pena capital.
Um dos executados era um homem de 59 anos condenado por matar seis mulheres ao atear fogo em uma joalheria. O outro, de 33 anos, foi sentenciado à forca por ter matado um homem e uma mulher em 2003.
Keiko disse que como ministra da Justiça, ela deve testemunhar as execuções pessoalmente. "Isso me fez pensar novamente sobre a pena de morte, e mais uma vez sinto que é preciso uma discussão fundamental sobre a prática", disse.
A nomeação de Keiko em setembro, quando o PDJ encerrou um ciclo de pode de décadas do Partido Cristão, foi vista como um sinal de que o debate poderia ser reaberto no país. Atualmente, 107 prisioneiros aguardam a execução no Japão. Eles são executados geralmente em grupos de dois ou três.
No ano passado, um relatório do grupo de direitos humanos Anistia Internacional pediu o fim das execuções no Japão alegando que manter os prisioneiros na chamada "fila da morte" os deixa loucos. Os condenados não são informados quando serão executados e seus familiares só ficam sabendo depois de eles ter ido para a forca.