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Japão se prepara para catástrofe, mas tsunami perde força

Agência Meteorológica do Japão emite maior alerta de tsunami em 17 anos, por conta do terremoto no Chile

Por TÓQUIO
Atualização:

O Japão ativou  todos os alertas que possuía e ordenou a retirada maciça de habitantes da costa devido ao tsunami gerado após o terremoto de sábado no Chile, que acabou causando danos menores que o temido.

 

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A Agência Meteorológica do Japão emitiu seu maior alerta de tsunami em 17 anos com a memória de 1960 ainda viva. Naquele ano, um terremoto de 9,5 graus na escala Richter, que sacudiu o Chile, levou fortes ondas à costa japonesa e deixou 140 mortos.

 

O alerta deste domingo, 28, foi dado após o grave terremoto de 8,8 graus na escala Richter que abalou o Chile neste sábado e causou mais de 300 mortes.

 

O temor de ondas de até 3 metros na área nordeste da ilha de Honshu, a mais povoada do Japão e onde se encontra Tóquio, levou à paralisação de trens e frota e à suspensão de eleições municipais.

 

Mas as ondas que chegaram à costa da cidade de Iwate, no norte do Japão, atingiram aproximadamente 1,5 metros. Segundo a agência local Kyodo, as ondas atingiram o porto Otsuchi Koji de Iwatw, enquanto que no porto de Koji as ondas alcançaram 90 centímetros.

 

Segundo a agência de notícias Kyodo, as autoridades japonesas ordenaram a evacuação de 320 mil pessoas nas províncias de Iwate, Aomori e Miyagi, em Honshu. Todas receberam um aviso de "grande tsunami", apesar de toda a costa do Pacífico do Japão ter sido alertada da possibilidade de fortes ondas devido ao terremoto chileno.

 

As autoridades japonesas recomendaram a evacuação de mais de 500 mil famílias em toda a costa do Pacífico, segundo a rede de televisão pública NHK.

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A Agência Meteorológica do Japão emite um alerta de "grande tsunami" quando espera ondas de mais de 3 metros de altura, capazes de criar grande destruição. A última vez que o fez foi em 1993, após um terremoto de 7,8 graus em Hokkaido, no norte do país. No Japão, o alerta máximo esteve vigente de 9h (21h de  sábado em Brasília) até as 19h (7h), mais ou menos na mesma hora em que o Centro de Alerta de Tsunamis do Pacífico levantou o aviso emitido para 53 países.

 

A precaução se manteve no Japão durante um pouco mais, pois os meteorologistas temiam mais o impacto da segunda e terceira séries de ondas que da primeira.

 

O primeiro-ministro japonês, Yukio Hatoyama, alertou a população que o tsunami "não são apenas as primeiras ondas". "Nunca podemos nos sentir otimistas e pensar que estamos a salvo porque já chegou a primeira onda. Um tsunami é algo que é preciso temer", explicou.

 

No final, as ondas que chegaram à costa foram menores que o anunciado. A mais alta tinha 1,45 metro e atingiu o porto de Otsuchi, na província de Iwate, por volta das 15h40 (3h43), segundo a Kyodo. A população estava avisada desde horas antes. A polícia japonesa informou que, no fim deste domingo, não se tinha informação sobre vítimas ou danos graves, e a situação estava em calma nas zonas em alerta.

 

Por ser propenso a sofrer abalos, ao se encontrar sobre várias placas tectônicas, o Japão é também um dos países mais preparados do mundo para responder a terremotos ou tsunamis.

 

Os prédios japoneses são construídos de acordo com uma estrita legislação que obriga a utilização de materiais especiais e a existência de um espaço entre prédios e casas. Nas costas do país há muros de contenção e a população está preparada desde cedo para reagir a um grande terremoto.

 

Por isso, alertas como o de hoje, reiterados durante o dia todo por todos os canais de televisão, costumam ser seguidos de forma obediente, especialmente desde 2004, quando um tsunami no Índico causou mais de 230 mil mortes na Ásia.

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