O japonês Yukiya Amano foi nomeado nesta quinta-feira, 2, o novo diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) como novo diretor-geral desta agência das Nações Unidas pelo Conselho de Governadores do órgão.
O atual embaixador do Japão perante as organizações internacionais em Viena recebeu 23 votos a favor, 11 contra e uma abstenção, suficientes para obter a maioria necessária para a nomeação, que agora precisa ser ratificada pela assembleia geral da AIEA.
Muitas nações queriam que o novo chefe da AIEA fosse eleito por um grande consenso para fazer frente às ameaças ao tratado mundial de não-proliferação nuclear.
Amano foi apoiado, principalmente, pelos países industrializados, com os Estados Unidos à frente, enquanto seu principal adversário na disputa, o sul-africano Abdul Samad Minty, tinha o respaldo dos países em desenvolvimento.
Luis Echavarri, que preside o braço nuclear da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), foi eliminado na votação inicial da quinta-feira quando obteve cinco votos, reduzindo o pleito aos outros dois candidatos, disseram representantes na sessão, que teve portas fechadas.
A primeira tentativa de eleger um novo líder para a AIEA aconteceu em março, quando Amano só não foi escolhido por um voto. O japonês recebeu também recebeu 23 votos na primeira ocasião, mas necessitava de 24.
Em uma primeira declaração à imprensa em Viena, Amano disse que estava "muito satisfeito pelo apoio recebido".
"Se me elegerem novo diretor-geral da AIEA, farei tudo o possível para melhorar o bem-estar dos seres humanos e assegurar o desenvolvimento sustentável mediante o uso pacífico da energia nuclear", afirmou.
"Além disso, farei tudo o possível para prevenir a proliferação de armas nucleares. Para isso, será necessário a solidariedade de todos os países do mundo", disse Amano.
Os governadores da AIEA lutaram durante meses para chegar a um acordo sobre o sucessor de Mohamed El Baradei, vencedor do Prêmio Nobel da Paz e detentor do cargo nos últimos 12 anos.
A AIEA enfrenta um número crescente de desafios, incluindo a expansão da capacidade de acumular arsenal nuclear, com a Coreia do Norte e o Irã desafiando sanções mundiais sobre o assunto.
Além disso, as nações em desenvolvimento fizeram pedidos para participar das pesquisas de tecnologia nuclear. Os países asseguram que o uso seria para fins pacíficos, mas a medida poderia aumentar os riscos de proliferação de armas.