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Jean Charles: polícia britânica rejeita acusações vazadas à imprensa

As informações divulgadas geraram a desconfiança de que a ação da polícia foi encoberta

Por Agencia Estado
Atualização:

Autoridades britânicas rejeitaram nesta sexta-feira as acusações relativas a documentos supostamente vazados à imprensa sobre o assassinato do eletricista brasileiro Jean Charles de Menezes. A polícia de Leicestershire prendeu um ex-secretário da Comissão Policial Independente de Queixas (IPCC) e outros dois funcionários do órgão durante sua investigação sobre o suposto vazamento. A ITV News informou detalhes dos documentos que contradizem os informes oficiais sobre o tiroteio que vitimou o eletricista brasileiro Jean Charles de Menezes em uma estação de metrô em Londres, no ano passado. A reportagem da ITV sugeria que Jean Charles fez poucas coisas para levantar suspeitas antes de ser baleado - a não ser pelo fato de ele ter saído de um apartamento que estava sendo vigiado. Os documentos também sugerem que Jean Charles teria entrado na estação de metro normalmente, diferentemente do que informa a investigação oficial, segundo a qual o brasileiro teria pulado a catraca do metrô e descido correndo a escada rolante para fugir da polícia . As revelações geraram a desconfiança de que a ação da polícia foi encoberta. A família Menezes exige a resignação do Comissário da Polícia Metropolitana, Sir Ian Blair. A investigação sobre o suposto vazamento de informação foi feito a pedido da polícia metropolitana. Em um balanço feito nesta sexta-feira, a polícia de Leicestershire decidiu, juntamente com o Serviço da Promotoria Real, não fazer nada contra as três pessoas presas. Uma ex-empregada do IPCC, de 43 anos, foi presa no último dia 21 de setembro. Os outros dois acusados, um homem de 30 anos e uma mulher de 29, foram presos em outubro. Todos já estão livres. A polícia metropolitana admitiu que Jean Charles, de 27 anos, foi baleado na cabeça por policiais que o confundiram com um terrorista. O assassinato na estação de metrô de Stockwell, em 22 de julho último, ocorreu um dia depois de quatro homens tentarem um ataque a bomba contra o sistema de transporte de Londres. A IPCC recentemente completou suas investigações sobre a morte do eletricista, que pode levar a um processo contra os policiais. Seus veredictos ainda não foram liberados. Uma segunda investigação feita a pedido da família de Jean Charles - que inclui uma queixa sobre a conduta do chefe de polícia no caso - está para ser publicada.

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