PUBLICIDADE

Jean Charles: policiais podem ser processados pela morte de brasileiro

Investigação sobre o assassinato do eletricista brasileiro por policiais ingleses pede o indiciamento de três oficiais

Por Agencia Estado
Atualização:

Uma reportagem publicada no site da rede de TV britânica BBC revelou nesta quinta-feira que um comandante e dois soldados da Polícia Metropolitana de Londres podem ser indiciados pelos promotores que investigam a morte do eletricista brasileiro Jean Charles de Menezes. Jean Charles foi alvejado por membros desta corporação em julho do ano passado depois de ser confundido com um terrorista suicida. A ação da polícia londrina aconteceu duas semanas após os atentados contra o sistema de transporte da cidade, que deixou 52 mortos. A recomendação para que os policiais sejam processados foi dada pelo relatório da Comissão Independente de Reclamações contra a Polícia, entregue ao promotores que cuidam do caso em janeiro. O Serviço de Promotores de Crown vêm analisando o documento desde então, e deve anunciar que ações irá tomar até a próxima segunda-feira. Entre os três policiais que podem ser processados está a comandante da Polícia Metropolitana de Londres, Cressida Dick, a responsável pelas operações da corporação no dia em que Jean Charles foi morto. Os outros dois são policiais que atiraram contra o brasileiro. Para o ex-comandante da corporação Alan Given, os dois policiais não deveriam ser processados, pois estavam cumprindo ordens. Embora não estivesse trabalhando no dia do incidente, Given disse à reportagem da BBC que conversou com os policiais. "Eles disseram que estavam fazendo exatamente o que tinham sido ordenados a fazer", disse o ex-oficial Ainda segundo a BBC, o relatório da Comissão Independente de Reclamações contra a Polícia é uma "denúncia de condenação" aos erros cometidos naquele dia. Ainda assim, muitos policiais de alto escalão e advogados ouvidos pela rede de TV britânica acreditam que não há evidências suficientes para que haja um processo contra os policiais.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.