Jerusalém tem sua primeira parada gay

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Por Agencia Estado
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Sob um forte esquema de segurança e apesar da veemente oposição de líderes ortodoxos judeus, cerca de 2.500 pessoas marcharam hoje na primeira parada gay da história de Jerusalém. De acordo com os organizadores, o tema escolhido para o evento - Amor sem fronteiras - teve uma ressonância especial em uma cidade com muitas divisões. Os participantes levantaram bandeiras com as cores do arco-íris, o símbolo mundial da luta gay por direitos e igualdade, e arcos formados por balões coloridos. Muitos homens se vestiam com o tradicional solidéu dos judeus devotos, enquanto outros desfilavam em minúsculos shorts de couro. "Esta é a primeira parada gay em Jerusalém, a capital de Israel. Não estamos nem aí com o que as pessoas falam sobre nós. Eles falam apenas de medo e ignorância", disse Liad Geller, um jovem segurança de aeroporto vindo de Tel Aviv. A aceitação pública aos gays em Israel vem aumentando nos últimos anos, mas Jerusalém é mais conservadora que outras cidades do país, em parte devido à grande presença de residentes de comunidades mais tradicionais, como de judeus ultra-ortodoxos e palestinos. Durante a marcha, foram registrados pequenos conflitos entre a polícia e um pequeno grupo de pessoas que eram contrárias ao evento. Mas a maioria dos presentes apoiou a parada. "É o máximo. Um pouco de liberalismo em Jerusalém", disse Ruben Salamon, de 47 anos, dono de uma sapataria. Jerusalém, cidade sagrada para as três maiores religiões do mundo, está no centro do conflito entre israelenses e palestinos. Os dois povos reivindicam a cidade como sua capital. "As pessoas querem viver juntas sem medo nem ódio - gays, heteros, palestinos, israelenses, muçulmanos ou judeus. Nós (os homossexuais) viemos de todas essas diferentes comunidades, por isso quebramos essas barreiras de uma forma mais direta e honesta", disse Hagai El-Ad, um dos organizadores. Poucos participantes da marcha eram palestinos, refletindo o forte tabu contra o homossexualismo na sociedade palestina. "Sinto como se estivesse representando cada gay e lésbica que nunca sairá do armário", disse Haneen Maikey, um jovem palestino que participou da parada.

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