PUBLICIDADE

Jihad Islâmica adere à proposta de trégua

Grupo seguiu decisão tomada ontem pelo Hamas. Amanhã, espera-se a adesão de outra organização guerrilheira, a dos Mártires Al-Aqsa

Por Agencia Estado
Atualização:

A Jihad Islâmica aceitou hoje participar de uma trégua de três meses em sua luta contra a ocupação israelense, anunciou em Gaza o líder do grupo extremista, Mohamed al-Hindi. "Aceitamos o cessar-fogo condicional de três meses", confirmou Al-Hindi em entrevista à Associated Press, referindo-se à decisão adotada no dia anterior pelo xeque Ahmed Yassin, fundador e guia espiritual do Hamas, principal movimento de oposição radical a Israel. A adesão de outra organização guerrilheira, Brigada dos Mártires Al-Aqsa (braço armado do movimento Fatah, do líder Yasser Arafat), deve ocorrer amanhã no Cairo, com a assinatura de um acordo conjunto pelos três grupos extremistas palestinos. O anúncio da decisão da Jihad coincidiu com a chegada a Jericó, na Cisjordânia, de Condoleezza Rice, conselheira de Segurança Nacional da Casa Branca, que se reuniu ali com o primeiro-ministro palestino, Mahamud Abbas, com o objetivo de implementar o chamado "roteiro" de paz - o plano de paz patrocinado pelos Estados Unidos, Nações Unidas, União Européia e Rússia. A aceitação da trégua pelos movimentos radicais palestinos, resultado de grandes esforços do governo egípcio e de Abbas, é vista com satisfação por Washington. Mas um clima de ceticismo envolve o governo israelense, embora Israel tenha concordado em aplicar, na segunda-feira, um dos itens fundamentais do roteiro: a retirada de tropas no norte da Faixa de Gaza. Ao comentar na sexta-feira a inusitata declaração do guia espiritual do Hamas e outros grupos extremistas palestinos pondo fim a 33 meses de sangrenta intifada (rebelião), um porta-voz do primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, reagiu com ironia à proposta de trégua: "Vale menos do que o papel em que será escrita." Mas Abdel Aziz Rantisi, líder político do Hamas, retrucou: "Acredito que será um bom documento. Ele servirá aos interesses dos palestinos e preservará a unidade palestina e a opção pela resistência." Ele insistiu, no entanto, que uma declaração oficial do Hamas só sairá depois da assinatura do documento por todos os movimentos de resistência à ocupação militar israelense, prevista para amanhã, quando Rice, a conselheira de segurança nacional da Casa Branca, se encontra com Sharon, em Jerusalém, para debater os próximos passos do plano de paz.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.