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João Paulo II faz concessões em troca de reunir igrejas

Por Agencia Estado
Atualização:

João Paulo II está disposto a debater os poderes papais, sobretudo sua primazia e infabilidade, para impulsionar a reunificação das Igrejas cristãs. "Parece-me oportuno propor uma reflexão comum sobre o ministério do bispo de Roma a fim de encontrar uma forma de exercício do primado que, sem renunciar de modo algum ao essencial da missão, se abra para uma situação nova", afirmou o pontífice. Os poderes papais, e particularmente a primazia do pontífice e sua infalibilidade, foram sempre considerados um obstáculo para a unidade entre os católicos, ortodoxos e protestantes. João Paulo II fez esta proposta por ocasião da Semana de Orações para a Unidade dos Cristãos. "O Senhor fundou a Igreja Una e Unida. Mas muitas comunidades se apresentam como as verdadeiras herdeiras de Jesus Cristo. Todos asseguram ser discípulos do Senhor, mas têm opiniões divergentes e pontos de vista diferentes, como se o próprio Cristo tivesse se dividido", afirmou o chefe da Igreja Católica. "Esta semana de oração para a unidade dos cristãos é um momento favorável para implorar, junto com nossos irmãos ortodoxos e protestantes, o dom da unidade", disse. Os bispos são considerados em todas as Igrejas cristãs - católica, ortodoxa, oriental não-católica e anglicana - como os sucessores dos apóstolos. Mas a primazia pontifícia concedida ao bispo de Roma - membro e chefe do Colégio Pontifício - é rejeitada pelas Igrejas ortodoxa e protestante. A infabilidade do papa - ou seja, a impossibilidade de o pontífice se equivocar (em questões de fé, e sob circunstâncias especiais) -, reconhecida pela Igreja Católica, é outra divergência importante entre as Igrejas cristãs.

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