Joe Biden abre maior vantagem em um mês na corrida presidencial dos EUA após teste positivo de Trump

Democrata tem 10 pontos sobre republicano; ainda segundo Reuters/Ipsos, 65% dos americanos acreditam que o presidente poderia ter evitado contaminação pelo novo coronavírus se tivesse levado doença mais a sério

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Por Redação
Atualização:

A maioria da população americana continua profundamente preocupada com o novo coronavírus e acredita que o presidente Donald Trump não teria contraído o vírus se tivesse levado a doença a sério. É o que revela pesquisa Reuters/Ipsos divulgada neste domingo, 4. Trump foi diagnosticado com covid-19 na última sexta-feira, 2, e permanece internado para tratamento no hospital militar Walter Reed.

Último boletim médico divulgado na noite de sábado, 3, pela Casa Branca informa que ele está bem, trabalhando, sem febre e também sem necessidade de oxigênio suplementar, mas ainda não fora de perigo. "Ele passou a maior parte da tarde trabalhando e tem se movido na suíte médica sem dificuldade", informou o médico Sean Conley. O médico disse que Trump teve melhora substancial, mas ainda não está fora de perigo - usando a expressão "out of the woods", que tem esse significado em inglês - e que o time médico "continua com otimismo cauteloso".

Em fotos divulgadas pela Casa Branca na noite deste sábado, 3, Trump aparece trabalhando no hospital Foto: Joyce N. Boghosian / Casa Branca

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Para 65% dos entrevistados na pesquisa, incluindo 9 em cada 10 democratas registrados e 5 em 10 republicanos registrados, Trump provavelmente não teria sido contaminado se tivesse levado doença mais a sério. Avaliados somente os republicanos, a opinião ficou dividida, com cinco em cada dez afirmando que o presidente não estaria doente se tivesse dado mais atenção à pandemia.

Somente 34% dos americanos acham que o presidente está dizendo a verdade sobre o novo coronavírus, enquanto 55% disseram que não e 11% não tinham certeza.

Dos entrevistados, 57% dos americanos disseram que desaprovam a resposta de Trump à pandemia em geral, cerca de 3 pontos acima de uma pesquisa realizada no fim da semana passada.

Joe Biden, candidato à presidência dos Estados Unidos. Foto: Maddie McGarvey/The New York Times

Democrata Joe Biden abre vantagem

Ainda segundo a pesquisa Reuters/Ipsos, realizada pela internet entre sexta-feira e sábado, o democrata Joe Biden abriu sua maior vantagem em um mês na corrida presidencial dos EUA depois que o presidente testou positivo para a covid-19. Agora ele tem 10 pontos porcentuais de vantagem sobre Trump - antes ele tinha uma média de 7 pontos.

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No entanto, para ganhar a presidência, um candidato deve prevalecer em estados suficientes para ganhar o Colégio Eleitoral, e as pesquisas estaduais mostram que Trump é quase tão popular quanto Biden nos estados do campo de batalha.

O diagnóstico do presidente desencadeou uma experiência estonteante em tela dividida para muitos: enquanto alertas da mídia iluminavam telefones celulares e tevê sobre Trump se sentindo febril e precisando de oxigênio, vários outros líderes republicanos que estiveram próximos do presidente anunciaram que eles também teve teste positivo.

Os americanos também parecem apoiar amplamente a redução da corrida presidencial de 2020 para garantir a segurança de todos. 67% querem interromper os comícios de campanha pessoais e 59% acham que os debates presidenciais devem ser adiados até que Trump se recupere do coronavírus.

Não está claro neste ponto como o diagnóstico de Trump vai impactar o próximo debate presidencial, que está agendado para 15 de outubro.

O primeiro debate vice-presidencial entre a democrata Kamala Harris e o republicano Mike Pence, testado negativo para o novo coronavírus, está agendado para a próxima quinta-feira, 8. / Reuters

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