O candidato democrata à presidência dos Estados Unidos, Joe Biden, e sua mulher, Jill, testaram negativo para covid-19, declarou a sua campanha nesta sexta-feira, 2.
Biden e sua mulher fizeram o teste na manhã desta sexta-feira, 2, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, quedisputa a reeleição, ter sido diagnosticado com o novo coronavírus.
Trump está apresentando sintomas leves de covid-19, segundo duas pessoas próximas a ele e familiarizadas com sua condição, afirmou o jornal The New York Times nesta sexta-feira, 2.
O presidente teve o que uma pessoa descreveu como “sintomas de resfriado”, diz o jornal. Em uma arrecadação de fundos da qual participou em seu clube de golfe em Bedminster, Nova Jersey, na quinta-feira, Trump teria entrado “em contato com cerca de 100 pessoas”. Segundo o jornal apurou, Trump “parecia letárgico” no dia do evento.
O presidente americano teve contato com dezenas de pessoas nos dias que antecederam seu diagnóstico de covid-19. Entre segunda e sexta-feira, Trump interagiu com vários membros da sua equipe, doadores de sua campanha eleitoral e apoiadores.
Trump e Biden participaram do primeiro debate presidencial na última terça-feira, 29, durante 90 minutos, em um ambiente fechado, e com os participantes sem máscaras.
Os candidatos não deram apertos de mão, nem entre si, nem com o moderador. Nem Trump nem Biden, porém, usaram máscara enquanto estiveram dentro do estúdio.
Trump anunciou por volta da 1h da manhã desta sexta que está com covid-19, e deu início à quarentena na madrugada. A notícia causa uma reviravolta na corrida eleitoral americana, e os efeitos do diagnóstico, que é feito a 32 dias do pleito, ainda são incertos.
A pandemia foi um dos temas que pautou as discussões. Na ocasião,Trump trouxe à tona a perspectiva econômica e acusou Biden de querer "paralisar" novamente o país como medida de contenção do coronavírus. "Fechamos a economia e estamos reabrindo e estamos fazendo negócios de forma recorde. Ele vai paralisar de novo, ele vai destruir esse país", afirmou.
Já Biden atacou a gestão do presidente durante a pandemia de coronavírus, uma das principais plataformas de campanha do democrata e um calcanhar de aquiles na campanha republicana, pois a maioria dos eleitores reprova a resposta de Trump à crise de saúde. "Ele sabia desde fevereiro quão sério isso era, sabia que era mortal. O que ele fez? Ele disse que não queria criar pânico. Ele entrou em pânico", disse Biden. "Quantos de vocês acordaram essa manhã e tiveram uma cadeira vazia na mesa da cozinha de alguém que morreu de covid?", questionou o democrata.
Agora, além de dar maior destaque ao tema durante a campanha, a infecção de Trump por covid-19 também coloca em xeque a realização dos próximos dois debates com o democrata Joe Biden.
O próximo encontro entre os dois candidatos está agendado para o dia 15 de outubro. A imprensa americana já discute também o que acontecerá em um cenário mais grave, caso Trump sofra com complicações da doença e esteja com a saúde ameaçada no dia da eleição, em 3 de novembro.