Jordânia pede que Bush retome processo de paz no Oriente Médio

Segundo o rei Abdullah II, a deterioração da segurança na Cisjordânia pode afetar seu país

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O rei da Jordânia apelou ao presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, para ajudar a reiniciar o processo de paz entre a Palestina e Israel. Segundo um informe do palácio real publicado nesta sexta-feira, o rei afirmou que a deterioração da segurança na Cisjordânia pode afetar seu país. O rei Abdullah II escreveu para Bush na quinta-feira, pedindo a ele que "explore todas as oportunidades para atingir (...) uma solução bilateral", disse o informe enviado à AP. Abdullah reiterou a "importância de negociações entre palestinos e israelenses, determinando que qualquer retirada da Cisjordânia é bem-vinda se negociada com a liderança palestina personificada no presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas". A Jordânia anteriormente havia dito que queria que Abbas negociasse a paz com Israel. Porém, a descoberta, em 18 de abril, de um grande arsenal escondido de armas do Hamas fez com que o reino se afastasse do governo palestino. A Jordânia alegou que as armas escondidas, as quais os líderes do Hamas negam qualquer envolvimento, eram para ser usadas em ataques contra suas instituições e oficiais. Após o arsenal ter sido encontrado, a Jordânia cancelou a visita do ministro do Exterior palestino Mahmoud Zahar, líder do alto escalão do Hamas em Gaza. Em sua carta para Bush, Abdullah avisou que qualquer "ação (israelense) unilateral terá repercussão negativa na Palestina e nos países árabes e muçulmanos". "Uma deterioração da situação palestina pode ter conseqüências adversas na segurança nacional da Jordânia", disse o informe, referindo-se à preocupação de que a violência da região acabe afetando o reino. Aproximadamente metade dos cerca de 5,5 milhões de jordanianos são de famílias palestinas desalojadas nas guerras árabe-israelenses de 1948 e 1967. "Um recuo das negociação oferecerá aos Palestinos a esperança em um ajuste político e um aumento do movimento no mapa de estradas", escreveu o rei, se referindo ao plano de paz apoiado pela comunidade internacional que prevê o fim da violência e a criação de um Estado Palestino independente.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.