Jornais dizem que premiê britânico esteve em festa no auge do lockdown

Segundo a mídia britânica, Johnson esteve em uma reunião social de 15 minutos com bebidas e cerca de 20 funcionários após uma entrevista coletiva do então ministro da Saúde

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Por Redação
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LONDRES - O cerco ao primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, se apertou nesta quinta-feira, 16, ampliando a crise do seu governo. Uma investigação conjunta dos jornais The Guardian e The Independent, com fontes ligadas ao premiê, confirmaram que Johnson participou de uma festa com assessores em 15 de maio de 2020, no auge do primeiro lockdown inglês. 

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O primeiro-ministro esteve em uma reunião social de 15 minutos com bebidas e cerca de 20 funcionários, após uma entrevista coletiva do então ministro da Saúde, Matt Hancock, para informar sobre a disseminação da covid-19, de acordo com a mídia britânica. 

Segundo o Guardian, citando fontes ligadas ao caso, os funcionários beberam vinho, destilados e comeram pizza, alguns dentro dos escritórios da residência oficial, outros no jardim. Naquela fase da pandemia, a rígida regulamentação em vigor na Inglaterra permitia apenas o encontro social entre duas pessoas de diferentes núcleos familiares ao ar livre, mantendo uma distância de pelo menos dois metros.

O premiê Boris Johnson durante uma entrevista coletiva em novembro deste ano; segundo jornais, ele quebrou regras do confinamento em festa em maio de 2020 Foto: Hollie Adams/Pool via AP

Em resposta às alegações, um porta-voz do governo disse que Johnson se encontrou com Hancock e sua equipe naquele dia “brevemente” no jardim, um espaço ao ar livre que era usado regularmente para reuniões de trabalho. 

Naquela mesma tarde, o ministro da Saúde pediu aos britânicos que ficassem em casa o máximo possível. “Por favor, sigam as regras, cuidem de sua família e não corram riscos”, disse. De acordo com fontes citadas pelo Independent, Johnson afirmou a um dos participantes da festa que eles “mereciam” uma bebida para “revidar” o coronavírus. 

Escândalos

A revelação é o mais recente de vários vazamentos sobre violações das restrições cometidas por funcionários do gabinete oficial do primeiro-ministro e pessoas próximas ao governo.

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Uma das assessoras de Johnson, Allegra Stratton, renunciou há uma semana, depois que um vídeo veio à tona no qual ela admitia que houve uma festa em Downing Street, residência oficial do premiê, em dezembro do ano passado, embora Johnson tenha insistido que as regras em vigor na época não tinham sido quebradas.

O ex-candidato do Partido Conservador à prefeitura de Londres Shaun Bailey renunciou ao cargo na Câmara dos Vereadores esta semana, depois que foi divulgada uma foto na qual ele aparece no centro de um grande grupo de pessoas durante uma festa de Natal em 2020, quando encontros entre pessoas de diferentes famílias eram proibidos. / EFE 

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