Jornal crítico a Maduro  acusa governo chavista de 'ofensiva tributária'

Dono do 'El Nacional' diz que Receita Federal venezuelana fez duas blitz politicamente motivadas em busca de irregularidades fiscais

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Atualização:

CARACAS - O jornal venezuelano El Nacional acusou ontem o governo da Venezuela de promover uma “ofensiva tributária” contra a publicação, crítica ao governo do presidente Nicolás Maduro. 

Segundo o Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Imprensa (SNTP), na última semana duas operações do Serviço Nacional de Administração Aduaneira e Tributária (Seniat) foram feitas na sede do jornal.  Foram requeridos recibos, documentos e contratos referentes aos anos fiscais de 2011 e 2012 sobre a arrecadação de imposto de renda e o imposto sobre valor agregado. 

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro Foto: Reuters

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“O governo aplica uma ofensiva tributária contra o jornal. É mais um mecanismo que o chavismo utiliza para silenciar a imprensa”, disse o diretor do jornal Miguel Henrique Otero.

Segundo o empresário, não é a primeira vez que o Seniat organiza uma blitze contra a publicação. “No ano passado, realizaram diversas inspeções e não encontraram nada”, acrescentou. “El Nacional entregou toda documentação requisitada. Tantos pedidos evidenciam uma intenção política de atuar contra o nosso diário.”

Desde que assumiu o poder, em 2013, Maduro promoveu uma política de compra de meios de comunicação críticos ao chavismo por meio do auxílio de empresários próximos ao governo. Mudaram de mãos e linha editorial, entre outros veículos, o jornal El Universal e o canal de TV Globovisión. O Nacional é um dos últimos grandes jornais críticos ao governo. 

Fronteira. Em visita oficial à China, Maduro voltou a falar na madrugada de ontem sobre o fechamento da fronteira com a Colômbia. O presidente prometeu novas medidas para coibir o contrabando, mas reiterou sua vontade de reunir-se com o presidente Juan Manuel Santos. “Tenho a responsabilidade tomar medidas estruturais e radicais para construir uma nova fronteira”, disse. / EFE

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