PUBLICIDADE

Jornal dinamarquês publica caricaturas sobre Holocausto

As caricaturas foram tiradas da exposição-concurso promovida por um jornal iraniano, como reação às charges de Maomé publicadas na Europa

Por Agencia Estado
Atualização:

O jornal dinamarquês Information reproduz uma seleção das caricaturas sobre o Holocausto, tiradas da exposição-concurso promovida recentemente por um veículo iraniano, como reação às charges de Maomé publicadas na Europa e que geraram uma crise internacional. A mostra, promovida pelo jornal iraniano Hamshari, conta com a participação do brasileiro Carlos Latuf e foi inaugurada em 15 de agosto no Museu Palestina, em Teerã. O Information usa as caricaturas para ilustrar uma entrevista com o curador da exposição-concurso, Massoud Shojai Tabatabai, e justifica sua publicação em defesa da liberdade de expressão e seu "dever" de acompanhar um caso que nasce da difusão das charges de Maomé no jornal dinamarquês Jyllands-Posten. Não fazer isso "confirmaria que as pessoas que chamam o Ocidente de hipócrita em questões de liberdade de expressão têm razão", argumenta o jornal, ressaltando que poucos dos desenhos negam o Holocausto. Tabatabai destaca na entrevista que o objetivo é questionar os limites da liberdade de expressão na Europa, e que nem ele nem os que tiveram a idéia têm nada contra os judeus. Um dos desenhos reproduzidos no Information mostra duas tumbas: uma com apenas uma caveira debaixo da lápide com a legenda "Holocausto" e outra, com as palavras "Sabra e Chatila" - em referência a um massacre de refugiados palestinos -, cheia de esqueletos. O Information é um modesto, mas importante jornal de orientação progressista e viés intelectual, com tiragem diária de quase 20 mil exemplares e relacionado, em suas origens, com o movimento de resistência ao nazismo. Em declarações ao jornal, o rabino superior da Comunidade da Fé Judaica na Dinamarca, Bent Lexner, ressalta que os desenhos são de mau gosto, mas que não trazem nada novo, já que "o mundo árabe" já teve atitudes semelhantes anteriormente.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.