Jornal diz que vice de Blair chamou Bush de "porcaria", mas ministro nega

O político disse ainda que Bush não passa de um cowboy sem chapéu, mas depois negou as afirmações

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Por Agencia Estado
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O vice-primeiro-ministro britânico, John Prescott, teve que negar que tivesse utilizado palavras como "porcaria" e "cowboy" para se referir à atuação do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, durante a crise do Oriente Médio. Segundo o deputado trabalhista Harry Cohen, Prescott usou uma palavra vulgar, "crap" ("porcaria") ao falar do Mapa de Caminho, estratégia traçada para a solução do conflito palestino-israelense. Cohen revelou ao jornal The Independent as afirmações do vice-primeiro-ministro, numa reunião particular. As palavras foram publicadas hoje na primeira página do periódico. Em resposta, Prescott emitiu uma declaração garantindo que se tratava de "uma descrição inexata de uma conversa particular", que não refletia sua opinião. Segundo o Independent, Prescott teria feito as afirmações numa reunião com deputados trabalhistas e representantes de zonas eleitorais com forte presença muçulmana. Cohen garante que ele usou a palavra "crap" ao falar do atual Governo americano. "Todos nós rimos e ele pediu que a palavra não fosse registrada nas atas da reunião. Também rimos muito quando ele disse que Bush não passava de um cowboy com seu chapéu Stenton", contou Cohen. Nas conversas com Prescott, os deputados trabalhistas não pouparam críticas a Tony Blair por seu firme apoio a George W. Bush. Também explicaram por que tinham assinado recentemente uma carta aberta pedindo ao governo uma mudança na política externa, que consideraram contrária aos árabes. The Independent comenta que o caso mostra o que boa parte do Partido Trabalhista critica as políticas americanas, mesmo sem dizer em voz alta. Segundo o jornal, alguns membros do governo trabalhista se preocupam com a imagem de identidade de pontos de vista entre Blair e Bush em relação aos problemas do Oriente Médio. A menos que Blair consiga convencer a Bush da urgência de um acordo de paz entre Israel e os palestinos, alguns políticos temem que o Reino Unido se veja obrigado a apoiar os EUA num possível conflito com o Irã.

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