
21 de setembro de 2011 | 16h12
"Lamentamos esta sentença, acreditamos que ela é um atentado à liberdade de expressão. O que esta sentença produz é a promoção da censura prévia à imprensa", disse Pérez em declarações à emissora de televisão Teleamazonas. Pérez afirmou que Correa "quer nos condenar para depois nos perdoar. Isso é indigno, você se ajoelhar para uma espécie de imperador para que ele te perdoe. Não me sinto culpado por nada que escrevi".
Após conhecer na terça-feira o parecer da segunda instância judicial que ratificou a sentença contra El Universo, Correa disse: "Espero que eles reconheçam que mentiram, que peçam desculpas ao Equador e aí poderemos falar de retirar a ação".
O advogado de Correa, Alembert Vera, afirmou que El Universo "não representa o jornalismo equatoriano, não representa os jornalistas que se sacrificam a cada dia para poder informar o público de uma maneira correta e contextualizada. Esse diário representa um setor que perdeu o rumo e que nos últimos meses realiza uma campanha midiática".
A ação judicial de Correa contra o jornal começou a partir da publicação de um editorial, em fevereiro, no qual o jornalista Emílio Palácio acusou o mandatário de "ter ordenado o fogo sem aviso prévio contra um hospital cheio de civis e gente inocente" em 30 de setembro de 2010. Naquele dia, ocorreu um motim da polícia equatoriana contra Correa, o que obrigou que os militares invadissem um hospital onde o mandatário estava sitiado. Correa considerou o motim um golpe de Estado.
"O ditador deveria lembrar, por último, e isso é muito importante, que com um indulto, no futuro um novo presidente, que poderá ser seu inimigo, poderá lhe processar em um tribunal por ter ordenado o fogo sem aviso prévio contra um hospital cheio de civis e gente inocente. Os crimes contra a humanidade não prescrevem", escreveu Palácio. O jornalista atualmente vive em Miami.
As informações são da Associated Press.
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