Jornalista americana é libertada em Teerã

Presa desde janeiro, acusada de espionagem, Roxana deve deixar o Irã entre hoje e amanhã

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Por Redação
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A Justiça iraniana libertou ontem a jornalista americana Roxana Saberi, presa desde janeiro sob acusações de trabalhar como espiã para os EUA. Roxana, que é de origem iraniana, teve sua sentença reduzida de 8 para 2 anos, mas já está livre para deixar o Irã. Veja os altos e baixos da conturbada relação EUA - Irã nos últimos 50 anos De acordo com o porta-voz do Judiciário iraniano, Ali Reza Jamshidi, a decisão da corte sobre o caso da jornalista foi um gesto de "misericórdia islâmica" porque Roxana colaborou com as autoridades e expressou arrependimento. A libertação da jornalista é um importante passo no caminho para o restabelecimento das relações entre os EUA e o Irã. Washington já havia criticado Teerã pela prisão de Roxana e pedido por diversas vezes a retirada de acusações contra a jovem. Segundo analistas, a decisão também pode ajudar o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, a ganhar alguns pontos políticos internamente a poucas semanas das eleições gerais de 12 de junho - nas quais ele tentará a reeleição. O pai de Roxana, Reza Saberi, nasceu no Irã, mas vive há anos em Fargo, no Estado de Dakota do Norte, na companhia da mulher, Akiko, de descendência japonesa. Os dois estavam visivelmente emocionados quando chegaram ontem na prisão de Evine, em Teerã, para ver a filha. "Estou muito feliz que ela está livre. Roxana está em boas condições", afirmou Saberi. "Esperávamos a libertação dela, mas não tão rápido assim." Ele disse que Roxana deve deixar o Irã entre hoje e amanhã. No dia 21 a jornalista iniciou uma greve de fome para protestar contra sua condenação, mas interrompeu a manifestação duas semanas depois, a pedido de seus pais. A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, elogiou a libertação, afirmando estar "satisfeita" com a decisão tomada pela corte iraniana. Roxana, que foi coroada Miss Dakota do Norte em 1997, vivia no Irã havia seis anos, onde trabalhava como jornalista freelancer para diversas organizações - como a BBC e a Fox News, por exemplo. Ela foi presa no fim de janeiro em Teerã e condenada em 13 de abril por espionagem. O Ministério de Relações Exteriores do Irã afirmou que ela estava trabalhando ilegalmente no país porque seu visto de jornalista havia vencido em 2006.AP, AFP E EFE

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