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Jornalista americano envia urânio aos EUA sem problemas

Por Agencia Estado
Atualização:

Um jornalista da rede de televisão norte-americana ABC viajou por meia Europa com cerca de sete quilos de urânio em uma mala, sem que esta jamais fosse inspecionada, e enviou a carga radioativa por barco aos Estados Unidos sem nenhum problema. A ABC escolheu o aniversário dos atentados de 11 de setembro para revelar o resultado da experiência. A viagem do jornalista Brian Ross começou em 4 de julho último em uma estação ferroviária não identificada da Europa. Dentro de sua mala, revestida de chumbo, havia 6,8 quilos de urânio com destino final aos Estados Unidos. Para sua experiência, Ross utilizou urânio empobrecido, que serviria para construir uma "bomba suja". O material é radioativo e detectável pelos aparelhos de raio-X comumente utilizados em aeroportos e fronteiras. "É uma cópia perfeita (do urânio radioativo), a única coisa que lhe falta é a capacidade de explodir", comentou Thomas Cochran, especialista em armas nucleares do Conselho de Defesa de Recursos Naturais, organização ambientalista que emprestou o urânio à rede ABC. Em 29 de julho, o navio que transportava a mala, colocada em um contêiner com vasos, passou sob a Ponte Verrazzano, que une Manhattan a Staten Island, e ingressou no porto de Staten Island. Uma vez atracado, o navio, que havia partido de Istambul, Turquia, lugar conhecido por seus vínculos com o mercado negro nuclear, foi inspecionado com a mais avançada tecnologia disponível, mas nada foi encontrado. Segundo o diretor do Centro Belfer para assuntos científicos e internacionais da Universidade de Harvard, Graham Allison, o perigo do terrorismo nuclear "representa a ameaça mais grave e mais urgente" enfrentada pelos Estados Unidos.

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