Jornalista americano pode ter sido executado

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Por Agencia Estado
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Mensagens eletrônicas recebidas por alguns meios de comunicação norte-americanos e divulgadas hoje pela rede de televisão CNN dão conta de que Danny Pearl, o jornalista do Wall Street Journal, seqüestrado no Paquistão, foi executado por seus captores. A CNN divulgou que estava tentando checar a autenticidade dos e-mails. Um suposto representante dos seqüestradores do jornalista telefonou hoje ao consulado norte-americano em Karachi (Paquistão) e exigiu a quantia de US$ 2 milhões e a libertação do ex-embaixador taleban, mulá Abdul Salaam Zaaef, para o Paquistão, informou um oficial de polícia. Por outro lado, a CNN disse ter recebido um e-mail de um grupo que garante ter em seu poder o correspondente do Wall Street Journal afirmando que ele está morto. Em um comunicado, a empresa Dow Jones, que é proprietária do jornal, afirmou: "Acompanhamos as últimas notícias e continuamos esperançosos de que elas não sejam verdadeiras". O Departamento de Justiça e outras agências governamentais dos EUA confirmaram ter recebido uma cópia do e-mail enviada por empresas de notícias. Especialistas analisam agora o conteúdo da mensagem. O oficial de polícia paquistanês, que pediu anonimato, disse que um homem não identificado telefonou e deu aos americanos 36 horas para cumprirem as demandas por dinheiro e pela libertação do ex-embaixador, que fora preso no Paquistão e entregue às autoridades paquistanesas. O oficial afirmou que a polícia acredita na veracidade da ligação telefônica. Um pedido para a libertação de Zaaef também foi feito em um e-mail enviado por aqueles que garantem manter Pearl em seu poder. Mais cedo, o presidente dos EUA, George W. Bush, havia prometido que todas as pistas seriam investigadas para resgatar o jornalista. "Colaboramos com o governo paquistanês para seguir todo o tipo de pista com o propósito de salvar esse homem, de achá-lo e resgatá-lo", disse Bush durante uma entrevista conjunta com o rei jordaniano Abdullah II, que está em visita oficial aos Estados Unidos. O jornalista, de 38 anos, foi seqüestrado em 23 de janeiro em Karachi quando tentava agendar uma entrevista exclusiva com o fundador de uma obscura seita militante islâmica. Ontem, os supostos seqüestradores de Pearl haviam decidido prorrogar por 24 horas o prazo dado para que os Estados Unidos cumprissem as exigências em troca da libertação do refém. A prorrogação do prazo foi anunciada em uma mensagem enviada por e-mail para várias empresas de comunicação ocidentais e paquistanesas. A principal reivindicação dos seqüestradores é a libertação de todos os paquistaneses detidos no Afeganistão durante a guerra contra o terrorismo, liderada pelos Estados Unidos. No mesmo e-mail, os seqüestradores também fizeram um alerta a todos os jornalistas norte-americanos que se encontram no Paquistão: que deixem o país em três dias. Caso contrário, também se transformarão em "alvos". Os seqüestradores primeiro alegaram que Pearl foi agente da CIA - uma acusação rechaçada por autoridades federais norte-americanas e pelo Wall Street Journal. Posteriormente, os seqüestradores reconheceram que Pearl não trabalhava para a CIA, mas estava, "na verdade, trabalhando para o Mossad", o serviço secreto de Israel. Leia o especial

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