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Jornalista conhecida por suas críticas ao Kremlin é assassinada

A russa Ana Politkovskaya, vencedora do prêmio Vázquez Montalbán de Jornalismo Internacional em 2004, foi morta a tiros na porta de casa

Por Agencia Estado
Atualização:

A jornalista russa Ana Politkovskaya, prêmio Vázquez Montalbán de Jornalismo Internacional em 2004 e uma das profissionais da área mais críticas à política do Kremlin, foi assassinada neste sábado em Moscou, informaram fontes policiais. O corpo da jornalista, com várias marcas de tiros, foi achado por volta das 17h (10h de Brasília) no elevador do edifício em que morava, no centro da capital, segundo informações de agências russas. A Polícia, que encontrou uma pistola e quatro cápsulas de bala na cena do crime, procura um jovem de estatura média e físico magro que usava um boné de beisebol preto. "Ela foi morta na porta de sua própria casa", disse Dmitri Muratov, redator-chefe do Novaya Gazeta, em que a jornalista trabalhava. O promotor de Moscou, Yuri Siomin, anunciou a abertura de uma investigação. Politkovskaya, que nasceu em Nova York, em 1958, era considerada a jornalista mais crítica à política do presidente russo, Vladimir Putin, especialmente as relacionadas à Chechênia e ao Cáucaso Norte. A jornalista tinha confessado várias vezes ter recebido ameaças de morte dos serviços secretos russos, do Exército e de outras agências de segurança do Estado criticadas com dureza em seus artigos. "Seu assassinato é um golpe no coração do jornalismo russo. Não será possível compensar sua perda, já que não há ninguém como Politkovskaya nem nunca haverá", disse Igor Yakovenko, secretário-geral da União de Jornalistas da Rússia. Autora de vários livros traduzidos para diversos idiomas, Ana começou a trabalhar como jornalista no jornal Izvestia, em 1982, e, desde 1999, escrevia para o Novaya Gazeta.

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