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Jornalista da Al-Jazira é morto em emboscada no leste da Líbia

Câmera é o primeiro profissional de imprensa a morrer nos confrontos do país africano

Atualização:

BENGHAZI - Ali Hassan al-Jaber, câmera do canal árabe Al-Jazira que cobria os conflitos na Líbia, morreu neste sábado, 12, no que parece ter sido uma emboscada na cidade de Benghazi. O local está tomado pelos rebeldes que lutam contra o regime do ditador Muamar Kadafi.

 

 

Al-Jaber retornava a Benghazi após ter gravado imagens de um protesto da oposição em uma cidade vizinha, quando homens armados e não identificados abriram fogo contra o carro onde ele e seus colegas viajavam. Ele foi levado a um hospital, mas não sobreviveu. Uma segunda pessoa foi atingida.

 

A morte de al-Jaber é a primeira fatalidade de um jornalista desde o início de protestos em massa contra o governo iniciados em 15 de janeiro. Vários veículos, porém, relataram episódios de violência contra seus enviados. O repórter Andrei Netto, do Estado, chegou a ficar oito dias preso.

 

Wadah Khanfar, diretor-geral da Al-Jazira, afirmou que o canal "não ficará em silêncio" e perseguirá os responsáveis pela emboscada pelos meios legais. Ele disse que o ataque se segue a uma "campanha sem precedentes" de Kadafi contra a emissora.

 

Os confrontos na Líbia já ocorrem há quase um mês. Mesmo sob pressão interna e de outros países, Kadafi se recusa a negociar ou deixar o poder. Neste sábado, a Liga Árabe pediu formalmente que a Organização das Nações Unidas (ONU) imponha uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia, o que ajudaria os rebeldes. O órgão também reconheceu os insurgentes como os reais interlocutores internacionais líbios.

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