
24 de dezembro de 2010 | 05h49
Um jornalista uigur foi condenado a prisão perpétua por transmitir informação sobre os distúrbios étnicos que deixaram 200 mortos em 2009 no oeste da China, disse um grupo que defende os direitos dos uigures no exterior.
O jornalista Memetjan Abdulá, de 33 anos trabalhava para o serviço em uigur da Rádio Nacional da China, estatal, e seu caso é o mais recente entre as dezenas de pessoas dessa etnia enviadas para a prisão devido aos triunfos da violência.
Abdulá foi sentenciado em abril em juízo a portas fechadas em Urumqi, capital de Xinjiang, disse na quinta-feira, 23, à noite, Dilxat Raxit, porta-voz do Congresso Mundial Uigur, com sede na Alemanha.
Os uigures locais difundiram há pouco tempo a informação sobre a sentença contra Abdulá, afirmou Raxit em um comunicado enviado por e-mail à Associated Press.
O jornalista Memetjan Abdulá foi acusado de contribuir para a incitação dos distúrbios entre os chineses han e a minoria uigur que deixaram 200 mortos em julho de 2009, de acordo com um despacho da Rádio Ásia Livre.
Abdulá foi preso dois meses depois dos distúrbios e acusado de traduzir a informação do grupo uigur com vínculo no exterior, e que foi difundida em chinês e em língua uigur em um portal de internet que ele administrava, disse Raxit.
As autoridades da Corte Intermediária Popular de Urumqi desmentiram que tivessem conhecimento do caso. A China sentenciou dezenas de pessoas por sua implicação nos distúrbios, a maioria deles uigures.
As tensões étnicas aumentaram no oeste de Xinjiang, devido ao ressentimento de parte da população com o domínio da mão dura de Beijing.
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