CUERNAVACA, MÉXICO - Um jornalista foi encontrado morto no porta-malas de um carro abandonado no estado de Morelos, região central do México, nesta terça-feira, 30. O corpo de Rogelio Barragán, diretor do portal Guerrero Al Instante, foi encontrado "com ferimentos bruscos no rosto e uma lesão na área do cérebro", informou a promotoria do estado. O país é tido como um dos mais mortíferos do mundo para profissionais da imprensa.
"Ele tinha mais de 10 anos de trabalho jornalístico", disse a representante da organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), Balbina Flores, para quem o "perfil" de Barragán era de um jornalista que enfrentava "riscos". "Vamos continuar investigando mais para ter certeza se o assassinato dele teve a ver com o trabalho."
Ataques à imprensa
A RSF contabilizou o assassinato de sete jornalistas apenas este ano. O presidente do México, Andrés López Obrador, prometeu durante sua campanha exercer uma política mais efetiva de proteção à imprensa. "Foi um ano terrivelmente desastroso para a liberdade de imprensa. Esperávamos que essa situação não continuasse até o governo, mas vimos que não, isso não diminuiu", concluiu Balbina.
Em maio, houve uma média de dois ataques a jornalistas por dia, a maioria deles cibernéticos e supostamente atribuíveis a funcionários e ao crime organizado, disse o delegado da RSF. Cem jornalistas foram mortos no México desde 2000. O México se classifica em 2019 como o "país mais mortífero do mundo para a imprensa", segundo a RSF.
Desde 2000, 100 jornalistas foram mortos no México. O México se classifica em 2019 como o "país mais mortífero do mundo para a imprensa", segundo a RSF. / AFP