Jornalista ucraniano pró-Rússia é morto a tiros em Kiev
Oles Buzyna foi assassinado por homens que atiraram de dentro de um carro; deputado alinhado à Moscou foi encontrado morto ontem
Atualização:
KIEV - Um jornalista ucraniano, conhecido por sua visão pró-Rússia, foi morto a tiros nesta quinta-feira, 16, em plena luz do dia em Kiev, informou a polícia local, um dia depois de um parlamentar também alinhado à Moscou ter sido encontrado morto.
Oles Buzyna, de 45 anos, que trabalhou como editor-chefe de um jornal até o fim de março, foi morto por dois homens mascarados que atiraram nele de dentro de um carro, diz um comunicado do Ministério do Interior da Ucrânia.
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Buzyna, que concorreu a uma vaga no Parlamento da Ucrânia em 2012, era amplamente percebido mais como um ativista que como um jornalista. Ele passou uma temporada de três meses como editor-chefe do jornal Segodnya, uma publicação pró-Rússia pertencente a um dos homens mais ricos do país, antes de pedir demissão em março citando pressões de censura.
O assassinato de Buzyna ocorreu um dia depois da morte de Oleh Kalashnikov, um parlamentar do partido do ex-presidente Viktor Yanukovich. O deputado foi encontrado morto em sua casa, em Kiev, com uma ferida de bala. A polícia não disse imediatamente se ele foi assassinado ou se suicidou.
O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, disse que o assassinato de Buzyna e do ex-deputado governista ontem, são "provocações" dos inimigos da Ucrânia. "É evidente que estes crimes são fatos do mesmo tipo. Entende-se sua natureza e sentido político: é uma provocação consciente de nossos inimigos. Estão voltados a desestabilizar a situação política interna na Ucrânia, a desvalorizar a escolha do povo ucraniano", disse Poroshenko.
O presidente ucraniano afirmou que vai ser realizada uma rápida e exaustiva investigação de ambos assassinatos. "Exijo aos órgãos de segurança que no menor tempo possível encontrem os autores e deem os nomes dos organizadores destes assassinatos."
O presidente russo, Vladimir Putin, que foi informado sobre o assassinato do jornalista enquanto participava de sua Linha Direta em televisão respondendo perguntas de cidadãos, disse que "este não é o primeiro assassinato político" na Ucrânia, mas que "Europa e Estados Unidos preferem olhar para outro lado". / AP e EFE