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Jovem e alternativo, candidato do Partido Pirata pode se tornar premiê da República Checa

A quatro meses das eleições, coalizão de Ivan Bartos tem 26% das intenções de voto, contra 20% de Andrej Babis

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Por Redação
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Com queda na popularidade e enfrentando uma acusação de conflito de interesses, o premiê da República Checa Andrej Babis pode ser substituído em outubro por Ivan Bartos, um jovem e pouco tradicional político do Partido Pirata.

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Bartos, de 41 anos, usa dreadlocks, é fã de música eletrônica, DJ,antifascista, pacifista e tem um forte posicionamento pró-União Europeia. Ex-arquiteto de software, se tornou líder do Partido Pirata em outubro de 2009, pouco antes da agremiação participar de suas primeiras eleições nacionais, em 2010. À época, o partido recebeu 0,8% dos votos e não conquistou nenhum assento na Câmara dos Deputados.

Uma pesquisa eleitoral feita em 6 de junho, no entanto, mostra um cenário bastante diferente. A coalizão liderada por Bartos lidera a corrida presidencial com 26% das intenções de voto, contra 20% de Babis e seu partido, ANO. Entre os dois, está uma coalizão de grupos de centro-direita. 

Bartos é deputado desde outubro de 2017 e foi reeleito em 2020. Entre suas principais bandeiras, estão a descentralização do processo de decisão europeu, reforma tributária, redução de burocracias e apoio às pequenas e médias empresas. Bartos também defende o desenvolvimento sustentável, o apoio a pequenos agricultores e o combate às mudanças climáticas. 

Bartos, de 41 anos, usa dreadlocks, é fã de música eletrônica, DJ, antifascista, pacifista e tem um forte posicionamento pró-União Europeia Foto: David W Cerny/REUTERS

O Partido Pirata está no centro do espectro ideológico da República Checa e se define como economicamente centrista e socialmente liberal. A agremiação ganhou força nos últimos anos, passando de um pequeno movimento anti-corrupção para o terceiro partido com mais representantes na Câmara dos Deputados. 

Com posições pró-Europa, Bartos pode ser um alívio para a União Europeia, que teme que Hungria e Polônia, dois Estados que passam por transformações iliberais, ampliem seu poder de influência sobre países vizinhos. Em entrevista à Bloomberg, o líder afirmou que se aproximar da tendência europeia liderada por França e Alemanha é fundamental para que o país não seja deixado para trás.

As eleições acontecem nos dias 8 e 9 de outubro. O caminho, no entanto, pode ser um pouco mais longo. Após o pleito, cabe ao presidente Milos Zeman determinar o premiê. Embora geralmente a decisão respeite a escolha das urnas, Zeman é um forte aliado de Babis e já declarou preferir que um único partido forme um gabinete.

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