LONDRES - Um jovem condenado a quatro anos de prisão por incitar a violência através do Facebook durante os distúrbios na Inglaterra anunciou nesta quarta-feira, 17, que recorrerá da sentença, que foi criticada por alguns parlamentares.
O homem, de 21 anos, foi condenado na terça-feira junto a outro jovem, de 22, a quatro anos de prisão por planejar distúrbios violentos através da rede social.
Enquanto alguns parlamentares criticaram nesta quarta-feira a dureza das penas que estão sendo impostas aos que participaram da onda de violência em várias cidades inglesas, o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, as justificou.
"O tribunal decidiu impor uma sentença dura, enviar uma mensagem dura, e acho que é muito bom que os tribunais assim o façam", disse Cameron nesta quarta-feira.
Os dois jovens, moradores de Chester (noroeste da Inglaterra), admitiram que utilizaram a rede social para tentar organizar distúrbios, embora suas mensagens não tenham sido efetivas.
O juiz do tribunal de Chester que condenou os dois afirmou que espera que a pena tenha um efeito "dissuasório".
Também nesta quarta-feira, um tribunal de menores vetou das redes sociais durante um ano um jovem de 17 anos que enviou através do Facebook uma mensagem estimulando a população que participava dos distúrbios.
O jovem deverá cumprir ainda um toque de recolher em seu domicílio entre as 19h e as 6h durante três meses e deverá prestar 120 horas de serviços à comunidade.
As críticas à excessiva dureza da Justiça com as pessoas que participaram dos distúrbios começaram após sentenças como a que a terça-feira condenou um jovem de 26 anos a um ano e quatro meses de prisão por manter em seu carro uma televisão roubada durante os saques realizados pelos manifestantes.
Outro caso polêmico foi o de uma mulher de Manchester condenada a cinco meses de prisão por aceitar uma calça roubada.