Jovem 'pirata' somali será julgado como adulto nos EUA

Mãe do suspeito afirma que ele tem 16 anos, mas autoridades americanas acreditam que ele tem ao menos 18.

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Por BBC Brasil
Atualização:

Um juiz federal de Nova York decidiu, nesta terça-feira, que um suposto pirata somali capturado por forças dos Estados Unidos durante o resgate do capitão de um cargueiro norte-americano, há pouco mais de uma semana, poderá ser julgado como adulto. Antes da decisão, houve um debate sobre a idade do suspeito, identificado como Abde Wale Abdul Kadhir Muse. A mãe dele afirma que ele tem 16 anos de idade, mas as autoridades dos EUA acreditam que ele tenha pelo menos 18 anos. Segundo a imprensa americana, o jovem será a primeira pessoa julgada por pirataria nos Estados Unidos em mais de um século. Muse é acusado de pertencer ao grupo de piratas somalis que atacou o cargueiro americano Maersk Alabama, no último dia 8 de abril, levando o capitão Richard Phillips como refém em um bote salva-vidas. O cativeiro terminou depois que atiradores da Marinha americana mataram três dos piratas, enquanto Muse estava a bordo de um destróier dos EUA supostamente pedindo um resgate. O suspeito capturado desembarcou nos Estados Unidos na segunda-feira, sob um forte esquema de segurança. Pedido Também na segunda-feira, a mãe do suposto pirata pediu por sua libertação e afirmou que ele é menor de idade. Ela afirma que seu filho estava desaparecido nas duas semanas anteriores ao sequestro e que só percebeu que ele poderia estar envolvido após ouvir seu nome no rádio. Em uma entrevista ao serviço somali da BBC, ela pediu que o presidente dos EUA, Barack Obama, ajude na libertação do jovem. "Estou pedindo ao governo norte-americano e ao presidente Obama para libertarem meu filho. Ele não tem nenhuma relação com o crime dos piratas", afirmou. "Ele é menor de idade, foi usado por eles para este crime. Eu também peço aos EUA que, se decidirem julgá-lo, que eu possa comparecer à corte". Fragilidade No último domingo, o frágil governo da Somália afirmou que piratas capturados no país podem receber a pena de morte. O país africano, no entanto, não possui um governo efetivo desde 1991, o que criou o cenário que permitiu a proliferação da pirataria. No ano passado, companhias de cargueiros marítimos pagaram mais de US$ 80 milhões em resgates aos grupos de piratas. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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