
25 de julho de 2012 | 03h02
Integrante da Irmandade Muçulmana, Morsi estava sob pressão para escolher um político independente que agradasse tanto aos militares quanto aos investidores, alarmados com a rápida deterioração da situação econômica no Egito desde a queda do ditador Hosni Mubarak, em fevereiro de 2011. Nomes que ocuparão pastas-chave, como o Ministério da Defesa, permanecem uma incógnita.
Em seu primeiro discurso como premiê, Kandil pediu "paciência" e "união" aos egípcios. O engenheiro não faz parte de nenhum movimento islâmico, embora mantenha uma barba - símbolo de devoção, no Egito - e, em entrevistas, tenha feito referências à religião. Grupos ultrarradicais salafistas indicaram que também aprovam a nomeação de Kandil.
A escolha do tecnocrata teria sido tomada pela cúpula da Irmandade Muçulmana e, em seguida, chancelada pelo comando das Forças Armadas. No entanto, não está claro quais serão os poderes reais do primeiro-ministro no "novo Egito" - até o momento sem Constituição e sob forte controle dos generais.
Segundo a imprensa do Cairo, vários políticos independentes teriam sido sondados para ocupar a cadeira de premiê, mas rejeitaram o convite, temendo que o cargo fosse apenas formal, enquanto as rédeas do governo ficassem com Morsi. "A Irmandade trouxe alguém que não é do grupo, mas tem ideologia similar", disse o político liberal Emad Gad. / REUTERS e AP
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