Juiz americano determina que Trump permita entrada de imigrantes muçulmanos com visto

Apesar de decreto do presidente, Andre Birotte Jr. ordenou que autoridades americanas parem de ‘remover, deter ou bloquear a entrada de demandantes ou qualquer outra pessoa com um visto de imigrante válido’

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Atualização:

LOS ANGELES - Um juiz federal dos EUA em Los Angeles determinou que o governo do presidente Donald Trump permita a entrada no país de imigrantes de sete nações de maioria muçulmana que tenham liberação inicial para residir legalmente nos EUA, apesar de um decreto presidencial que proíbe o ingresso dessas pessoas no território americano.

A decisão de terça-feira do juiz Andre Birotte Jr. segue decisões de juízes federais em pelo menos outros quatro Estados que também limitaram o decreto presidencial de Trump, assinado na sexta-feira.

Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Casa Branca Foto: AP Photo/Pablo Martinez Monsivais

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Em decisão liminar, Birotte ordenou que as autoridades americanas parem de "remover, deter ou bloquear a entrada de demandantes ou qualquer outra pessoa com um visto de imigrante válido" que chegue de um dos sete países vetados pelo decreto de Trump. São eles: Irã, Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iêmen.

De acordo com o Departamento de Estado americano, vistos de imigrantes são o primeiro passo para se tornar um residente permanente dentro da lei, ou seja, um portador do chamado green card.

A decisão de Birotte não se aplica a turistas, estudantes ou pessoas que viajam a negócios sem visto de imigrantes. O Departamento de Justiça dos EUA está revendo a ordem e não irá comentar o assunto por enquanto, disse uma porta-voz da agência por e-mail.

Djibuti. Birotte também emitiu uma ordem judicial que proíbe governo americano de impedir a entrada no país de mais de duas dúzias de iemenitas com vistos válidos. O magistrado acolheu uma petição da advogada de imigração Julie Goldberg e de seu sócio Daniel Covarrubias-Klein em nome de 28 iemenitas que ficaram retidos na minúscula nação africana do Djibuti em trânsito para os EUA, após a emissão do decreto.

Alguns deles têm dupla cidadania (iemenita-americana) e possuem green card. A sentença se soma a outras similares de juízes de outros Estados, como Nova York, Virgínia e Washington.

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Entre os afetados, está uma família na qual o pai, a mãe e uma filha já são cidadãos americanos, e o outro filho, de três anos, que está tentando obter o visto, teve seu passaporte apreendido na embaixada americana no Djibuti. Goldberg disse que 214 clientes iemenitas afetados pela ordem executiva de Trump estão retidos, sem poder voltar a seu país em guerra. / REUTERS e AFP

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