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Juiz argentino acusa ministro de corrupção

Por Rodrigo Cavalheiro , CORRESPONDENTE e BUENOS AIRES
Atualização:

O ministro da Economia da Argentina, Axel Kicillof, foi denunciado ontem pelo Ministério Público por enriquecimento ilícito. A iniciativa de abrir uma investigação foi do promotor federal Eduardo Taiano. Segundo a agência DyN, os indícios de irregularidade chegaram ao magistrado federal Claudio Bonadio, apresentados por um advogado ligado ao partido opositor Proposta Republicana (PRO).Será rastreado o crescimento do patrimônio do titular da Fazenda em 600 mil pesos (R$ 205 mil). Seus bens totalizavam 1,2 milhão de pesos (R$ 410 mil) e passaram a 1,8 milhão (R$ 615 mil) em um ano, o que, segundo o denunciante, não condiz com seu salário. Kicillof declarou em maio ganhar 55 mil pesos (R$ 18,8 mil). Ele não comentou a acusação de ontem.O juiz deve pedir à Receita Federal as declarações de renda e bens do ministro, assim como dados de contas bancárias, cartões de crédito e investimentos em seu nome. Kicillof tem sido elogiado pelo candidato governista, Daniel Scioli, o que alimenta interpretações de que seguiria no cargo em caso de vitória kirchnerista em outubro.O advogado que iniciou a ação, Santiago Dupuy de Lome, tomou iniciativas semelhantes contra kirchneristas nos últimos anos. Na foto de seu perfil na rede social Facebook, aparece abraçado ao candidato do PRO à presidência, o conservador Mauricio Macri, principal nome da oposição na disputa. Dupuy apoia o impeachment da presidente Cristina Kirchner. O juiz Bonadio está à frente de várias causas contra o governo, entre elas a Hotesur, que apura lavagem de dinheiro no hotel de luxo da família Kirchner no sul do país. Por dois anos, quartos estiveram lotados só no papel. O governo tentou afastar Bonadio. Sem sucesso, reduziu seu salário em 30% em dezembro, por meio do Conselho da Magistratura, de maioria kirchnerista. A presidente ganha de 60,7 mil pesos (20,7 mil). Ela declarou em junho ter patrimônio de 64 milhões de pesos (R$ 21,8 milhões), aumento de 16% em relação ao ano anterior. Cristina deixa o cargo em dezembro.

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