Juiz argentino anula perdões a ex-ministros militares

Junta militar governou o país de fato entre 1976 e 1981

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Por Agencia Estado
Atualização:

Um juiz da Argentina anulou os perdões que haviam sido concedidos a dois ministros do governo militar (1976-83), alegando que os indultos eram inconstitucionais. Os ex-ministros José Alfredo Martínez de Hoz (Economia) e Albano Harguindeguy (Interior) são acusados de envolvimento no seqüestro de dois empresários e, sem a proteção judicial, poderão enfrentar processo. Eles haviam recebido o perdão em 1990 do então presidente Carlos Menem (1989-1999), que indultou os principais líderes do governo militar com o objetivo de "pacificar" o país. A medida foi criticada na época por grupos defensores de direitos humanos. As autoridades judiciais também estão examinando a legalidade de outros perdões concedidos a militares por Menem, incluindo o de Rafael Videla, integrante da junta militar que governou o país de fato entre 1976 e 1981. Uma comissão do governo estima que dez mil pessoas tenham sido mortas depois de serem presas pelos militares. Martínez de Hoz e Albano Harguindeguy eram investigados pelo seqüestro de Federico Gutheim e seu filho Miguel Ernesto, em 1976. Os dois permaneceram presos por cinco meses. Segundo as denúncias, as prisões teriam tido o objetivo de pressioná-los a aceitar um contrato com a sua empresa de algodão que beneficiaria o governo. Os perdões de Menem levaram à interrupção das investigações, mas elas podem ser retomadas agora. A anulação dos perdões se dá um ano depois de a Corte Suprema da Argentina anular as leis de anistia aprovadas em 1980, permitindo a reabertura de processos do período militar. include $_SERVER["DOCUMENT_ROOT"]."/ext/selos/bbc.inc"; ?>

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