Juiz boliviano libera diretor da Repsol YPF

Ddiretor da empresa petrolífera Andina, filial da Repsol YPF na Bolívia, estava detido desde a última sexta-feira sob a acusação de ser responsável pela assinatura de um contrato supostamente irregular com a Petrobras

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Por Agencia Estado
Atualização:

Um juiz boliviano liberou hoje o diretor da empresa petrolífera Andina, filial da Repsol YPF na Bolívia, que estava detido desde a última sexta-feira sob a acusação de ser responsável pela assinatura de um contrato supostamente irregular com a Petrobras. A decisão de liberar o diretor Saúl Encinas Miranda foi tomada na noite de hoje pelo juiz Jimmy López, da Corte de Justiça de Santa Cruz. López disse na audiência de medidas cautelares que "não existe a possível participação no delito de fraude", como denunciou o promotor Alberto Cornejo ao apresentar sua acusação. O magistrado afirmou que a liberdade de Encinas é procedente porque ele comprovou ter residência fixa em Santa Cruz e um emprego estável, rejeitando assim a alegação da Promotoria sob um possível risco de fuga. No entanto, o juiz determinou algumas restrições que implicam na apresentação da parte de Encinas de dois fiadores perante o julgado, e uma prisão domiciliar limitada que não o impede de cumprir suas atividades diárias. O diretor da YPF também foi proibido de viajar para o exterior durante o período de investigação do caso, além de ser obrigado a se apresentar uma vez por semana perante o Ministério Público. Apesar da decisão do juiz, o promotor José Centenaro disse ao término da audiência que o Ministério Público mostrou uma "relação vinculativa" entre Encinas e sua responsabilidade na assinatura do contrato com a Petrobras. Por sua parte, o advogado da Repsol, Cessar Durán, afirmou que "não existiam indícios suficientes de que Encinas tenha sido o autor ou tenha participado do delito denunciado", argumentando que sua atividade como diretor começou depois da assinatura do citado contrato. Andina e Petrobras, empresas que fornecem gás boliviano ao Brasil, são acusadas de um "pacto secreto", assinado em 2002, que teria burlado uma fórmula de reajuste periódico do preço do hidrocarboneto enviado ao Brasil, como um contrato assinado pelos Governos de La Paz e Brasília estipulava. A acusação foi feita há um mês por Gabriel Camacho, diretor designado pela YPFB para a Andina e também pelo ministro dos Hidrocarbonetos, Andrés Soliz Rada, que calculou o dano cometido contra o Estado boliviano em cerca de US$ 160 milhões. Na última sexta-feira, um grupo de promotores e policiais confiscou vários documentos sobre o caso na sede da Repsol YPF na Bolívia.

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