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Juiz culpa Sudão por ataque a porta-aviões dos EUA no Iêmen

Famílias entraram na Justiça em nome dos 17 marinheiros mortos em 2000

Por Agencia Estado
Atualização:

Um juiz federal disse nesta quarta-feira, 14, que o Sudão é responsável pela explosão do porta-aviões americano USS Cole. A Corte decidirá agora quais serão as indenizações concedidas ao familiares dos 17 marinheiros mortos no ataque terrorista realizado em 2000. "Temos provas substanciais de que o governo do Sudão ajudou na explosão do Cole", anunciou o juiz americano Judge Robert G. Doumar. O porta-aviões foi atacado por terroristas perto do porto de Áden, no Iêmen, em 12 de outubro de 2000. O julgamento começou na terça-feira, quando familiares das vítimas tentaram provar que o ataque terrorista não poderia ter acontecido sem o apoio do Sudão. Doumar disse que irá escrever sua posição explicando todo o julgamento. Ele exigiu documentos extras, incluído taxas dos marinheiros assassinados, para determinar quais foram os danos em cada caso. "Palavras não são capazes de expressar os sofrimento da minha família", disse a testemunha Shalala Swenchonis-Wood, que teve o irmão irmão morto no ataque. "Não é uma questão financeira, são coisas que não se vê", acrescentou. As famílias querem US$ 105 milhões pelos danos, mas a sentença deve reduzir para US$ 35 milhões. O juiz, no entanto, pretende aplicar a Lei de Morte no Alto Mar, que permite compensação financeira pelas perdas econômicas, mas não pelo sofrimento. Quatro especialistas em terrorismo também testemunharam em favor das famílias das vítimas, afirmando que a Al-Qaeda contou com o apoio de nações africanas para realizar o ataque na época. Os especialistas disseram ainda que o Sudão fornecia abrigo seguro para Osama bin Laden desde 1991, muito antes do ataque terrorista ao Cole. Algumas testemunhas de outros julgamentos acusaram o Sudão de ser o local de treinamento de agentes terroristas da Al-Qaeda e também de abrir passagem em sua fronteira para que membros do grupo transitassem com armas e explosivos.

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