LIMA - Um juiz decretou nesta quinta-feira 18 meses de prisão preventiva para o ex-presidente peruano Ollanta Humala e sua mulher, Nadine Heredia, acusados pela Procuradoria de lavagem de dinheiro envolvendo doações irregulares de campanha da Odebrecht.
"Defiro o requerimento (...) contra Ollanta Humala e Nadine Heredia e, em consequência, imponho mandado de detenção contra os investigados pelo prazo de 18 meses pelo crime de lavagem de dinheiro", anunciou o juiz Richard Concepción Carhuancho.
Segundo o Misnistério Público, que se baseia nas delações feitas pelo empresário Marcelo Odebrecht à Operação Lava Jato e repassadas à procuradoria, o casal recebeu US$ 3 milhões para a campanha de 2011.
A decisão foi tomada em meio a um aumento da tensão política entre o presidente Pedro Pablo Kuczynski e a líder da oposição, Keiko Fujimori, que tem a maior bancada no Parlamento.
Humala e Nadine são acusados de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Segundo fontes do MP peruano, além da delação do empresário brasileiro, há outros testemunhos que comprovam a entrega de dinheiro ao casal.
Humala negou ter recebido doações da Odebrecht e disse ser vítima de perseguição política após saber do pedido de prisão preventiva contra ele e sua mulher. Ele descartou a possibilidade de pedir asilo político e acusou o Ministério Público de ceder a uma pressão: “dá a impressão de que querem ficar bem com algum setor da imprensa ou com o Congresso”, dominado pelo partido fujimorista Fuerza Popular.
A Odebrecht diz ter pago US$ 29 milhões em subornos no Peru nos governos de Ollanta Humala, Alejandro Toledo e Alan García. Toledo teve a prisão pedida pela polícia e tem contra si um pedido de extradição.
O presidente Kuczynski também tem seu nome ligado ao escândalo Odebrecht por ter sido Ministro da Economia no governo de Alejandro Toledo, um dos principais destinatários da propina da empresa brasileira. / AFP e EFE