Juiz que intimou ministra da Defesa é afastado do cargo

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Por Efe
Atualização:

O juiz Guillermo Tiscornia - que na semana passada convocou a ministra da Defesa argentina Hilda Garré para prestar depoimento num caso que investiga contrabando de armas - foi suspenso ontem para ser submetido a um julgamento político por ''''mau desempenho''''. A suspensão de Tiscornia foi aprovada por unanimidade pelos membros do Conselho da Magistratura, organismo que controla e designa os juízes argentinos. O governo Kirchner ''''festejou'''' a decisão do conselho e o chefe do gabinete de ministros, Alberto Fernández, qualificou Tiscornia de ''''uma mancha para a Justiça argentina''''. O juiz havia convocado Hilda depois que a alfândega argentina impediu a saída do país de 6,7 toneladas de peças de fuzis, vendida para uma empresa americana por US$ 2,6 mil. O dono da empresa compradora é uma cidadão argentino radicado nos EUA e o material, originário da estatal Fabricaciones Militares, era considerado sucata. Tiscornia abriu então uma investigação contra vários membros do governo de Kirchner por contrabando e venda de material subfaturado. Ao receber a intimação para depor sobre o caso, Hilda acusou o juiz de tentar ''''extorquir o governo e lançar um manto de suspeita sobre uma ministra do Executivo''''. Entre as acusações contra Tiscornia, está o seu suposto envolvimento num caso no qual um dos réus é o pai dele - um juiz aposentado que supostamente recebeu US$ 4 milhões de uma empresa espanhola do setor de jogos para arquivar uma causa contra ela. Tiscornia é acusado ainda de ter copiado, em cerca de 200 sentenças emitidas por ele, frases textuais apresentadas durante os processos pelos advogados de defesa. Todas as sentenças sob suspeita foram anuladas.

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