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Juiz que pediu prisão preventiva de Carlos Menem renuncia

Jorge Urso era um dos últimos magistrados na ativa da era Menem, e vinha sendo investigado pelo Conselho da Magistratura por um suposto pedido de propina

Por Agencia Estado
Atualização:

O juiz que pediu em 2001 a prisão preventiva do ex-presidente argentino Carlos Menem renunciou nesta segunda-feira a seu cargo, alegando "razões pessoais". A informação é do jornal portenho El Clarín. Jorge Urso era um dos últimos magistrados da era Menem a permanecer na ativa, e vinha sendo investigado pelo Conselho da Magistratura por um suposto pedido de propina. Polêmico, o juiz teve em suas mãos alguns dos principais processos que passaram pela justiça argentina nos últimos anos. Entre eles está a apuração da venda ilegal de armas ao Equador e à Croácia, fato que levou Urso a pedir a prisão preventiva do ex-presidente Carlos Menem e de seu ex-cunhado, Emir Yoma. Nos dois casos, a decisão foi logo descartada pela Suprema Corte, que na época do processo ainda era formada majoritariamente por juízes indicados por Menem. Ainda assim, segundo o Clarín, Urso sempre esteve vinculado ao estigma da Argentina dos anos 90. Por isso, como todos os magistrados da era Menem - ele foi indicado pelo ex-presidente em 1993 -, está sendo investigado pelo Conselho da Magistratura por supostas cobranças de propinas. Em uma das denúncias que pesam contra ele, Urso foi acusado por reiterar erros encontrados em uma causa contra narcotraficantes. Além disso, Urso é suspeito de ter exigido propinas em vários processos. Ao longo deste ano, cerca de 30 juízes renunciaram na Argentina. Trata-se de um recorde contra os 45 de todo o ano de 2005 ou os 19 de 2003.

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