Juíza não encontra ´prova nenhuma´ de assassinato de Diana

Pais de namorado acham que casal pode ter sido morto pelo servico de segurança

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

A juíza encarregada de investigar a morte da princesa Diana afirmou na segunda-feira não ter encontrado nenhum "indício de prova" de que a ex-mulher do herdeiro do trono britânico teria sido assassinada. Elizabeth Butler-Sloss deu essa declaração quando respondeu a um pedido dos advogados de Mohamed al Fayed, cujo filho morreu junto com Diana no acidente de carro ocorrido em Paris dez anos atrás, de adiar o tão aguardado inquérito sobre a morte dos dois. Fayed, o multimilionário proprietário da luxuosa loja de departamentos Harrods, alega há bastante tempo que o casal teria sido assassinado como parte de um complicado plano elaborado pelos serviços de segurança britânicos. "Existe um grande número de graves acusações sendo feito. Não há nenhum indício de prova entregue a mim e que corrobore isso", afirmou Butler-Stoss em uma audiência realizada na Suprema Corte de Londres. "Se não há provas que as confirmem, não posso apresentá-las ao júri." Uma investigação de três anos realizada pela polícia da Grã-Bretanha chegou à conclusão, no final do ano passado, de que a colisão foi um acidente e de que não havia nenhum plano de assassinato. A investigação realizada pelos britânicos confirmou o resultado de uma outra feita pelos franceses e segundo a qual o motorista, um empregado de Fayed, seria o responsável pelo acidente porque dirigia alcoolizado, sob o efeito de antidepressivos e em alta velocidade. O empresário rejeitou a conclusão das duas investigações. Na semana passada, Fayed conseguiu uma vitória na Justiça. Juízes da Alta Corte decidiram que o inquérito deveria ser apresentado a um júri e que não deveria ser realizado exclusivamente por Butler-Sloss. Janet Smith, membro da corte, ao comunicar a decisão, afirmou: "O senhor Al Fayed alegou que o duque de Edimburgo e os Serviços de Segurança conspiraram para matar a princesa e Dodi Al Fayed. Essa acusação precisa ser investigada", disse. Charles como testemunha? A audiência de segunda-feira deveria decidir quem testemunhará no inquérito e como o júri seria escolhido. Mas, ao invés disso, acabou sendo tomado por discussões sobre quando e onde o procedimento aconteceria. O advogado de Fayed, Michael Mansfield, argumentou que o inquérito deveria ser adiado de maio para 1o de outubro a fim de dar-lhe tempo de avaliar relatórios sobre o caso e consultar especialistas. Butler-Sloss, no entanto, disse estar relutante em aceitar o pedido do advogado devido à possibilidade de que a medida represente um inconveniente para os dois filhos de Diana, príncipe William e príncipe Harry. "Seria realmente triste se eu fosse obrigada a adiar o começo do inquérito por mais seis meses", disse. "Isso seria bastante difícil para as famílias." Os advogados de Fayed devem pedir que o príncipe Charles, ex-marido de Diana, e o ex-sogro dela, duque de Edimburgo, testemunhem no inquérito. Prevê-se que os advogados da família real tentem impedir que isso aconteça. Se os dois tiverem realmente de testemunhar, o frenesi nos meios de comunicação poderia chegar aos mesmos níveis do julgamento de Michael Jackson e no de O.J. Simpson, nos EUA. Diana, 36 anos, Dodi, 42 anos, e o motorista deles, Henri Paul, morreram quando a Mercedes no qual estavam colidiu com um pilar de um túnel de Paris. A princesa e o namorado tentavam escapar de paparrazi que os perseguiram de moto depois de o casal ter saído do Ritz Hotel em alta velocidade. Pelas leis britânicas, um inquérito precisa ser obrigatoriamente realizado todas as vezes que alguém morre de causas que não sejam naturais.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.