Juíza ordena prisão de pivô do ''''caso da maleta''''

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Por Ariel Palacios e BUENOS AIRES
Atualização:

A juíza federal argentina Marta Novatti aceitou ontem o pedido feito pela promotora federal María Rivas Diez de ordenar a captura nacional e internacional do venezuelano Guido Antonini Wilson, que tentou entrar há duas semanas na Argentina com uma maleta com US$ 790 mil. O episódio ficou conhecido como "escândalo da maleta" e abalou as relações entre Caracas e Buenos Aires. De acordo com Marta, Wilson, cujo paradeiro é desconhecido, será interrogado sobre o delito de contrabando de dinheiro. Os US$ 790 mil, confiscados pela alfândega argentina, provocaram uma série de boatos sobre seu eventual uso. De quebra, levantaram suspeitas sobre supostas negociatas entre Caracas e Buenos Aires, tornando-se o maior escândalo de corrupção do governo Kirchner. Ontem, Héctor Vidal Albarracín, advogado de Wilson, desistiu de defendê-lo. "O caso adquiriu um caráter eminentemente político, que impossibilita uma defesa técnica legal", argumentou. Em mais uma mostra da tensão entre os dois países, o governo do presidente venezuelano, Hugo Chávez, negou ontem as informações que circulavam em Buenos Aires sobre a suposta demissão - feita a pedido do presidente Néstor Kirchner - de Diego Uzcateguy Matheus, presidente da estatal petrolífera venezuelana PDVSA na Argentina. O ministro da Energia da Venezuela, Rafael Ramírez, que também é presidente da PDVSA, afirmou que as informações não passavam de "rumores", desmentindo o chefe do gabinete de Kirchner, Alberto Fernández, que havia celebrado a suposta decisão de remover o polêmico executivo. Matheus é pai de Daniel Uzcateguy Spetch, jovem que teria convidado Wilson para viajar de Caracas a Buenos Aires no jatinho fretado pela estatal energética argentina Enarsa. No avião também viajavam homens de confiança do governo Kirchner. O venezuelano também causou polêmica no Uruguai, onde esteve pelo menos seis vezes e acompanhou autoridades da Venezuela em negócios entre ambos países.

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