PUBLICIDADE

Julgamento contra 3 americanos acusados de espionagem no Irã é adiado

Advogado de defesa diz que jovens, presos desde 2009, não apareceram no tribunal

Atualização:

TEERÃ - O julgamento contra os três americanos acusados de espionagem no Irã que ocorreria nesta quarta-feira, 11, foi adiado depois que as autoridades penitenciárias não apresentaram os dois homens no tribunal e a mulher também não compareceu, confirmou à Agência Efe o advogado do grupo, Masoud Shafii.

 

PUBLICIDADE

O advogado se queixou por não ter recebido explicação alguma das autoridades judiciais, às quais acusou de negligência, já que os acusados estão "sob sua responsabilidade", e demonstrou indignação pelo assunto ter "deixado de ser uma questão meramente legal para se tornar política".

 

"Os dois homens que estão em prisão não foram levados ao juiz e ninguém no Poder Judiciário me deu explicação alguma por isso. Esperamos duas horas, e nada. Foi igual à primeira vez", explicou.

 

Shafii manifestou também "muita preocupação" pela integridade física e psicológica dos dois homens que permanecem presos, Josh Fattal e Shane Bauer, ambos de 28 anos, aos quais não conseguiu ver nem visitar desde a audiência de 6 de fevereiro, apesar das promessas das autoridades.

 

"É a segunda vez que isso ocorre. Quando assinei a ata acrescentei uma nota de protesto", afirmou.

 

Os jovens foram detidos em 31 de julho de 2009 junto com Sarah Shourd, de 32 anos, quando faziam trilhas em uma região montanhosa do Curdistão onde a fronteira entre o Irã e o Iraque é difusa.

 

Shorud, que alegou razões médicas para não retornar ao Irã, foi libertada pagando uma fiança de US$ 500 mil em setembro, segundo as autoridades iranianas por motivos de saúde e humanitários.

Publicidade

 

O adiamento do processo foi confirmado minutos depois na rede de televisão estatal "Alalam" pelo procurador-geral iraniano, Gholam Hussein Mohsen Ejei, que não concedeu nenhuma explicação, nem anunciou uma data alternativa.

 

A primeira audiência do julgamento foi convocada em novembro, mas foi adiada pelas mesmas razões que esta quarta-feira e ocorreu finalmente em 6 de fevereiro, data na qual Shafii teve um breve contato com seus clientes na sala.

 

Segundo o advogado, os três acusados se declararam inocentes e pediram a absolvição de uma acusação que na opinião de Shafii carece de base legal.

 

Fontes diplomáticas da embaixada da Suíça na capital iraniana, que cuida dos interesses dos Estados Unidos no país diante da falta de relações entre Teerã e Washington, confirmou à Efe que pediu para acompanhar o processo, reivindicação que foi negada.

 

Os três acusados insistem que em nenhum momento tiveram a intenção de entrar em território iraniano e que tudo foi fruto de uma confusão depois que se perderam e erraram o caminho.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.