19 de julho de 2020 | 20h07
JERUSALÉM - A Justiça de Israel decidiu neste domingo, 19, que o julgamento do primeiro-ministro, Binyamin Netanyahu, começará em janeiro, com testemunhas sendo ouvidas três vezes por semana. O premiê foi indiciado por crimes de corrupção e tráfico de influência.
Advogados de Netanyahu haviam pedido um adiamento de seis meses para preparar sua estratégia. Eles alegaram que seria difícil tirar a verdade de testemunhas vestindo máscaras de proteção contra o coronavírus, atualmente obrigatórias no país.
Os problemas legais de Netanyahu se juntaram à crise causada pela pandemia em Israel e impulsionaram protestos contra o governo. Os manifestantes criticam o premiê pelos casos de corrupção e pelos números crescentes de novas infecções.
No sábado, a polícia usou canhões de água para dispersar manifestantes que se aglomeraram em frente à casa do premiê em Jerusalém. Em Tel-Aviv, manifestantes bloquearam ruas entraram em confronto com forças de segurança.
O porta-voz da polícia, Micky Rosenfeld, declarou que os agentes da ordem permitiram a realização de manifestações, mas que tomaram medidas contra "distúrbios" não autorizados, como o bloqueio de estradas.
O descontentamento popular aumentou nos últimos dias, em sintonia com as novas restrições impostas ante o ressurgimento da epidemia, e os manifestantes acusaram o governo de estar "desconectado" da realidade.
Uma primeira mobilização ocorreu em Jerusalém e reuniu centenas de pessoas em frente à residência do premiê para exigir a sua renúncia. "Democracia", "mentiroso" e "manipulador", escreveram os manifestantes em cartazes.
Na cidade de Tel-Aviv, milhares de pessoas se reuniram no Parque Charles Clore para protestar contra a gestão das crises sanitária e econômica, um dia depois da entrada em vigor de novas restrições para conter a propagação do novo coronavírus.
O gabinete do premiê e o Ministério da Saúde anunciaram na sexta-feira que a maioria do comércio não essencial seria fechada até nova ordem. O país, de 9 milhões de habitantes, registra mais de 49 mil casos de covid-19, com 400 mortos./REUTERS e AFP
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