Julgamento decidirá se enfermeira matou muito mais gente

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Por Agencia Estado
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A apelação de uma enfermeira alemã sentenciada à prisão perpétua por ter matado quatro pacientes começou hoje, com a defesa pedindo que sua condenação seja revista e os promotores exigindo que ela seja condenada por mais assassinatos. Lucy de Berk, 42 anos, foi acusada originalmente de 13 assassinatos e cinco tentativas entre 1997 e 2001. Em março passado, foi condenada por quatro mortes mas sempre manteve a declaração de inocência. O caso mereceu ampla cobertura da imprensa da Holanda, onde mortes em série são desconhecidas, e do Canadá, onde De Berk passou os anos problemáticos de sua adolescência. O advogado de acusação Thea Tjeerdema disse que ?é impossível uma punição mais severa na Holanda, que não tem pena de morte?. Mas a promotoria apelou, de qualquer forma, porque ?é possível que as outras acusações sejam comprovadas em nome de se chegar à verdade?. Os advogados de defesa dizem que irão concentrar-se no testemunho de um estatístico segundo o qual as possibilidades que De Berck estivesse de plantão quando todas as pacientes sob seus cuidados morreram eram uma em 342 milhões. Embora De Berk estivesse sozinha quando todas as supostas vítimas morreram repentina e inesperadamente, ninguém jamais a viu causando algum mal a elas. O julgamento da apelação em Haia deverá durar várias semanas e espera-se que o estatístico e diretor do hospital onde De Berk trabalhava preste testemunho. Todas as supostas e verdadeiras vítimas de De Berck estavam gravemente enfermas, tanto jovens quanto idosas, e a juíza do julgamento aceitou os argumentos da promotoria de que De Berk pensou estar aliviando seu sofrimento. ?Aparentemente, ela acreditava que estava qualificada para ter o poder de vida e morte sobre essas pessoas?, disse a juíza Jeanne Kalk, ao proferir a sentença. A condenação de De Berk centrou-se no caso do bebê de seis meses Amber Zuidewijk, cuja morte em setembro de 2001 levou à sua prisão. A menina estava em condições estáveis em uma noite mas meia hora depois foi descoberta sozinha com De Berk, o pulso acelerado. Ela tornou-se cinza-azulada antes de morrer rapidamente. Especialistas forenses disseram que ela morreu de uma overdose de medicamento para o coração, que não lhe fora prescrito. De Berk escreveu em seu diário sobre uma ?estranha compulsão? e um segredo que ela levaria consigo para o túmulo. No dia 27 de novembro, o dia em que uma mulher idosa sob seus cuidados morreu, ela escreveu que ?tinha cedido? à sua compulsão. Psicólogos atestaram que ela estava em condições de ser julgada.

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